Da Ciência Hoje.
Propício à vida
Por Mariana Rocha
Há exatos 10 anos, a sonda Opportunity pousou em Marte com o intuito de encontrar vestígios de água ou gelo no planeta vermelho. Estudo publicado hoje na revista Science traz novidades sobre como a sonda identificou o mais antigo registro de um ambiente aquoso em solo marciano.
Tudo começou quando a Órbita de Reconhecimento de Marte (MRO, na sigla em inglês), sonda enviada pela Nasa (agência espacial norte-americana) para explorar a superfície do planeta, detectou, na borda de uma cratera, a presença de argila rica em ferro. Batizada de Endeavour, tal cratera, com 22 quilômetros de diâmetro, é fruto do impacto de um asteroide ou cometa que teria atingido Marte há cerca de 3,7 bilhões de anos.
A sonda Opportunity foi então enviada à borda da Endeavour e, durante 200 sóis (nome dado ao dia solar marciano), investigou a formação Matijevic, grupo de rochas sedimentares que data de antes do surgimento da cratera. "Identificamos a presença de argila rica em ferro nessas rochas e, como esses minerais só se formam na presença de água, acreditamos que o ambiente teria sido aquoso e, consequentemente, habitável há bilhões de anos", explica John Grotzinger, geólogo do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), nos Estados Unidos, e coautor do estudo.
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