Quem se importa com a ameaça, senão os locais, os que veem acontecendo, os afetados diretamente?
Água limpinha, purinha, que nem de tratamento precisa, sendo usada para transportar minério!
"É o progresso!", bradam os gananciosos empresários.
"É o progresso!", fazem coro os corruptos governantes.
"É o progresso!", reproduz a imprensa acrítica.
"É o progresso!", repetem os ingênuos consumidores.
Amanhã, quando acabar a mineração e não tiver mais água, será o regresso.
Felizmente, neste caso o Ministério Público agiu. Em que pé estará o caso? Todos sabemos como a "justiça" costuma ser favorável a grandes empresas e governantes. Basta ver o caso recente do aeroporto na fazenda dos Neves, em Cláudio.
Do Grupo Ambiental de Santa Bárbara.
Dilema da água: a Samarco e o nosso Rio Conceição
Reproduzimos abaixo reportagem publicada na Revista DeFato, Edição 243 de 14 de abril de 2013. Parabenizamos, desde já, o jornalista Sérgio Santiago e a Revista DeFato por sempre estarem debatendo o tema. Entretanto, considerando a complexidade do empreendimento da Samarco, optamos por incluir alguns comentários e fotos legendadas ao longo do texto (em vermelho).
Indispensável à vida humana, a água deveria, em primeiro lugar, saciar a sede das pessoas e suprir as necessidades básicas de saneamento. Depois poderia servir à agricultura, para produzir alimentos e matar a fome no mundo. Cumpridas essas funções, de maneira racional, se destinaria também às atividades industriais e exploratórias.
Deveria, mas nem sempre é o que acontece. Por causa dos grandes empreendimentos privados em fase de instalação ou licenciamento em Minas Gerais, a demanda por água vai aumentar, e não é para seu uso mais nobre. Em alguns casos, como dos minerodutos, a água (em grande quantidade) funcionará como um meio de transporte para a atividade extrativista.
Um dos casos emblemáticos é registrado em Santa Bárbara. A Samarco Mineração, para colocar em operação o Projeto Quarta Pelotização (P4P), quer captar 569 litros por segundo (l/s), 24 horas por dia, no Rio Conceição, no distrito de Brumal, em Santa Bárbara (MG). Embora não haja ilegalidade na atuação da empresa, a população se assustou ao ver o diâmetro dos canos da adutora que levará parte do manancial para o mar.
A íntegra.