Do Diário do Centro do Mundo.
"Satanás mandou destruir o templo e precisamos de dinheiro": o DCM foi ao culto no Templo de Salomão
por Pedro Zambarda de Araújo
"Estão vendo esta imagem aqui? Qual sensação ela causa para vocês?", perguntou o bispo ao puxar um slide em uma projeção durante o culto religioso da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) no Templo de Salomão, no bairro do Brás, em São Paulo. "Ela é o diabo! Ela é o satanás! Precisamos de 150 mil reais para consertar a frente deste templo. Se cada um daqui doar 20 reais, nós conseguiremos o conserto apenas neste culto".
A tentativa de "humilhar o satanás" dentro do Templo de Salomão é uma resposta ao acidente que ocorreu no dia 19 de agosto. Um ônibus que trafegava na Avenida Celso Garcia bateu em um carro e acabou invadindo a fachada, derrubando uma das grades e danificando parte do asfalto no impacto. Apesar de a Universal pedir dinheiro aos fiéis, apuramos no local que a calçada está consertada e o templo já estava com um acabamento novo. O único dano remanescente era parte da grama que foi retirada do local onde ocorreu o acidente.
Esta foi apenas uma das vezes em que os bispos e os sacerdotes da Universal presentes pediram o dízimo dos ganhos dos fiéis no primeiro culto público do Templo. O dinheiro é recolhido por voluntários e funcionários espalhados pela nave em que ocorrem os cultos, na base do edifício. Na cerimônia toda, a igreja pediu contribuições no começo da celebração, para tirar “amarrações do mal”, e na metade, para cobrir os gastos com o conserto.
Para comparecer ao Templo de Salomão, a única dificuldade é conseguir uma vaga em cultos que estão lotados, com cerca de 10 mil visitantes. Você deve ir a uma das unidades da Universal espalhadas em São Paulo e pedir um dos ingressos gratuitos. A Iurd pede apenas seu nome, email de contato e um telefone. O ingresso é uma pulseira colorida com o dia, acompanhado pelo horário. Você pode ir em caravanas organizadas pela igreja, por 45 reais, ou em uma das diversas linhas de ônibus de São Paulo que passam por ali.