quarta-feira, 7 de abril de 2010

Imprensa e autoridades choram lágrimas de crocodilo a cada nova calamidade

Já é hora de discutir em profundidade as catástrofes naturais cada vez mais frequentes não só no Brasil mas em todas as partes dos mundo. Já havia acontecido no Rio alguma coisa parecida com o que aconteceu ontem e anteontem? E SP que também viveu o caos? BH, em janeiro. A imprensa e as autoridades tratam o assunto como calamidade, assustadas, mas ninguém faz nada pra mudar, ninguém discute as causas e, principalmente, toma providências contra elas. Porque, para ir às causas tem que mexer com gente poderosa, gente que tem dinheiro, tem que mudar políticas públicas, e quem quer isso? A mesma coisa que faz os empresários ganhar dinheiro e o governo promover o “desenvolvimento” é o que causa as mudanças climáticas, as cidades horrorosas nas quais estamos vivendo e as calamidades. Ou mudamos o modelo e trocamos o “desenvolvimento” pelo decrescimento e pelo bem viver ou continuaremos a conviver com calamidades e mortes. Nenhuma medida paliativa vai resolver nada, se as cidades continuam crescendo, se enchendo de prédios e carros, impermeabilizando o solo, canalizando os cursos d’água, poluindo o ar, o mar, os rios, derrubando matas para “plantar” desenvolvimento em forma de gado e monoculturas de exportação. Ou se tomam medidas radicais (= que vão à raiz dos problemas) ou continuamos com a hipocrisia de lamentar vidas perdidas e prejuízos materiais a cada nova catástrofe, como gostam de fazer a mídia e as autoridades.