quarta-feira, 22 de maio de 2019

Meninada, o que a gente vai fazer hoje?

Ou: educação infantil é a solução.

Sempre. É óbvio. É sabido. Inúmeras vezes foi tentado com sucesso. O projeto desta matéria da BBC que reproduzo abaixo é uma delas. Por que não se realiza de forma universal? Por que o problema da humanidade não é só conhecimento, é principalmente política.
E aí vêm as elites reacionárias e dizem que a política é corrupta, que precisamos acabar com os políticos etc. e tal. Essas elites estão no poder no governo federal e domingo pretendem fazer manifestações ao presidente "que não é político" (mas é: desde que foi expulso do Exército, há trinta anos; é o político que representa as milícias e outras organizações criminosas armadas).
Acontece que tudo é política, inclusive desmoralizar a política e os políticos.
A política que melhora a vida é a política democrática, na qual todos participam em igualdade.
Ou, dito de outra forma: quanto mais participamos, mais a política melhora; quanto mais participamos, menos corrupta é a política.
Porque a questão da política se resume a isso: fazer o que é melhor para a coletividade. E é no exercício da democracia, na participação, que aprendemos isso, experimentando, praticando, observando, pensando, testando, conhecendo. É um processo lento, longo, árduo, difícil, por isso muitos desistem, e os oportunistas que defendem interesses pessoais e de minorias, mas não têm coragem de dizer isso abertamente, que se escondem atrás de interesses ditos do povo, ditos patrióticos, ditos interesses do bem, da vontade divina e coisas assim, aparecem para defender soluções fáceis, autoritárias.
Somos nós que temos de resolver nossos problemas, porque eles só deixarão de ser problemas se nós os resolvermos. Qualquer solução que vier de outros, como presentes, não resolverão nada. Simples assim. A reforma da previdência, por exemplo, é ruim porque não atende os interesses da maioria, é a proposta de uma minoria ideológica, exaltada, que se considera iluminada, mas na verdade defende interesses particulares, de grupos, de banqueiros, de empresários que vão ganhar dinheiro com ela.
A solução efetiva dos problemas, a construção de uma sociedade melhor, começa pela educação infantil. O Clic! sabe disso há muito tempo, e as crianças que passaram por lá e seus pais sabem disso muito bem. Assim como aqueles que passaram pelo projeto americano da matéria da BBC. São os interesses de quem quer manter seus privilégios e o mundo ruim para a maioria que impedem que a solução seja universalizada. E somos nós, a maioria, que temos de conquistar a solução. Os privilegiados não farão por nós.

Investir em educação para a primeira infância é melhor 'estratégia anticrime', diz Nobel de Economia
Por Luiza Franco, da BBC News Brasil, em São Paulo.
James Heckman já era vencedor do Nobel de Economia quando começou a se dedicar ao assunto pelo qual passaria a ser realmente conhecido: a primeira infância (até 5 anos de idade), sua relação com a desigualdade social e o potencial que há nessa fase da vida para mudanças que possam tirar pessoas da pobreza.
BBC News Brasil - Acha que os governos têm dado mais atenção nas últimas décadas à primeira infância? Quais são os desafios nesse sentido?
Heckman - O desafio é mudar a forma de pensar. A forma errada é pensar que a educação formal é o caminho para a criação de habilidades e que o modelo de professor em pé na frente da turma lecionando para crianças é o jeito certo de gerar vidas bem sucedidas. Esse raciocínio é promovido inclusive por cursos superiores de educação e por pessoas bem intencionadas. Mas o que importa é pensar na família e na formação da criança. 
Clique AQUI para ler a matéria no saite da BBC Brasil.

Meninada, o que a gente vai fazer hoje? conta a história do Centro Lúdico de Interação e Cultura – Clic!, que funciona desde 1996 em Belo Horizonte, numa casa com quintal, árvores e muito espaço, oferecendo a crianças de um a seis anos esse bem cada vez mais raro nas cidades grandes: viver a infância no seu próprio ritmo. Escrito por um pai de alunas, é um trabalho jornalístico apaixonado, baseado em entrevistas e observações, e revela como este projeto, tão vivo e tão rico, evoluiu e se transformou, mantendo-se fiel à sua ideia original de valorizar a cultura da criança.
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