domingo, 12 de dezembro de 2010

Donos dos jornais censuram informações. Só 'papistas' fazem carreira

Do blog Diário do Centro do Mundo.
Um Wikileaks brasileiro
Que o Brasil precisa de um Wikileaks é fato. O Wikileaks é um avanço jornalístico. Seu único alvo é, genuinamente, o interesse público. Por ser uma organização sem fins lucrativos, tocada por voluntários idealistas, não sofre as pressões típicas de grandes empresas jornalísticas. A Folha de S. Paulo fez do bordão "sem rabo preso" um instrumento de publicidade, mas veja os arquivos da Folha e tente achar artigos duros sobre anunciantes ou credores. Os jornalistas da Folha, em seu código interno, chamam de "Operação Portugal" as reportagens mais delicadas. Quem me informou sobre o curioso apelido das matérias melindrosas foi o autor de muitas delas, o jornalista Nelson Blecher. Não à toa Blecher era escalado para muitas das Operações Portugal. É que ele tinha e tem espinha dobrável: faz o que o chefe ou o patrão mandar, sem maiores discussões. Para usar a palavra com que o jornalista Evandro Carlos de Andrade se autodefiniu para convencer o empresário Roberto Marinho a contratá-lo para dirigir o Globo, é um "papista". O papa falou, a conversa está encerrada. O papismo domina, em variados graus, o jornalismo internacional e brasileiro. Fazer carreira sem ser papista é complicado.
A íntegra.