O ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, que a partir de janeiro será ministro da presidenta Dilma Rousseff, deu entrevista à revista Star, do ex-governador Newton Cardoso, distribuída gratuitamente. Nela, o candidato derrotado do PT ao Senado, reafirma sua amizade ao ex-governador e senador eleito Aécio Neves, elogia a administração municipal de Márcio Lacerda e atribui, sutilmente, a derrota do PT em Minas, para governador, ao ex-prefeito e ex-ministro Patrus Ananias.
Segundo Pimentel, Patrus não viu que sua hora tinha passado, que a hora era dele, Pimentel; ao exigir as prévias, Patrus teria protelado a definição do candidato do PT, o que inviabilizou sua candidatura (de Pimentel), vencedora nas prévias, e possibilitou que Hélio Costa, do PMDB, conquistasse a vaga na coligação.
Mais significativa é a posição de Pimentel sobre a eleição municipal de 2012: ele garante que não será candidato, manifesta clara simpatia pela reeleição de Márcio Lacerda e nenhuma boa vontade com uma eventual candidatura de Patrus, para recuperar o PT belo-horizontino (processo, aliás, que já está em curso, com o nome de Colóquio Petista). Na avaliação política do ex-prefeito – que não é o seu forte, haja visto o acordo com o ex-governador Aécio Neves, em que este levou tudo e Pimentel, nada – o PT deve pensar bem antes de lançar candidato, pois o atual prefeito é praticamente imbatível, na reeleição.
Aquela grandeza que esperavam de Pimentel os que, apesar de tudo, votaram nele para senador, não se manifestou na entrevista. Ainda não foi dessa vez que ele teve humildade para reconhecer seus erros e a posição subalterna em que eles o colocaram. E olha que sua carreira política sobrevive graças à amizade antiga da presidente eleita, que lhe conferiu um prêmio de consolação incomum na política: ministro é cargo de candidato vencedor, não de derrotado. Imagina se tivesse sido eleito.