domingo, 12 de dezembro de 2010
BH, 113 anos: Viva a Praia da Estação!
Belo Horizonte completa 113 anos cada vez mais feia e com menos horizonte para se ver, uma metrópole cuja qualidade de vida é prejudicada por dois inimigos vorazes: os carros e os edifícios. O modelo capitalista de transporte individual, que todos os governos adotam, enche a cidade de carros barulhentos, violentos, autoritários, conduzidos por motoristas egoístas, estúpidos, prepotentes. Como são prepotentes as construtoras, que põem abaixo residências, escolas, árvores, pequenos prédios, tudo que significa vida comunitária, para erguer no lugar arranha-céus horrorosos, frios, massivos. Os carros são os donos das ruas, as construtoras são as donas dos passeios e dos terrenos, mandam e desmandam sem que sejam incomodados pela administração pública prevaricadora. Como viver numa cidade assim? Como viver bem numa cidade assim? O próprio prefeito mora numa cidade vizinha, num condomínio de luxo. A contrapartida para uma cidade de carros e edifícios tem de ser o transporte coletivo de qualidade e muitas áreas verdes, mas o transporte belo-horizontino é péssimo, burro, ineficiente, incompetente como a atual administração municipal, e o prefeito, um empresário milionário que no ano passado nos deu de presente de aniversário a proibição de uso da Praça da Estação pela população (ver decreto nesta página), este ano nos presenteia com a privatização de 81 imóveis públicos remanescentes, para que neles, em vez de áreas de lazer, se façam mais edifícios. Há quem resista, como o movimento Praia da Estação, que voltou ontem.