A humanidade continua como o sapo que sente a água esquentar, mas não salta fora da panela e morre cozido. As condições climáticas e a qualidade de vida vão piorando, mas só queremos consumir cada vez mais, queremos ser cada vez mais ricos, queremos que a economia cresça cada vez mais.
A palavra de ordem do século XXI não é crescimento, é distribuição. E decrescimento. Para a sobrevivência da espécie humana, para que nossos filhos e netos possam viver num mundo que não seja de escassez, guerras por água e alimentos, barbárie.
Políticos de direita fazem opção pelos cortes de gastos do Estado, que provocam recessão e desemprego, empobrecem mais a população e enriquecem mais os ricos.
Políticos de esquerda fazem opção pelo aumento de gastos do Estado que provocam crescimento, geram emprego, enriquecem a população e ainda mais os riquíssimos.
O que precisamos, e nem políticos de direita nem de esquerda fazem, é fazer a distribuição de riquezas e ao mesmo tempo diminuir a economia, para que a totalidade consuma menos e a destruição da natureza diminua.
Pôr a conservação e a recuperação do ambiente como objetivo principal, ao lado da distribuição das riquezas.
Isso será feito, senão hoje, no futuro, senão de forma racional, por força de catástrofes.
A humanidade já é muito rica, muito mais do que o planeta pode aguentar.
Se não aprendermos a conviver com a natureza, seremos cuspidos dela.
Os humanos se consideram poderosos, mas a Terra é mais; nós precisamos dela, ela não precisa de nós.
Do Greenpeace.
Sem água, sem clima
Greenpeace alerta para um prisma pouco discutido: altos e baixos no padrão de chuva cada vez mais frequentes, graças às mudanças climáticas.
A Praça da Sé foi tomada hoje (29/5/14) por uma fila de pessoas que queriam encher baldes e canecas d'água na torneira gigante ali montada pelo Greenpeace. Todos queriam garantir o seu, já que altos e baixos no padrão de chuva serão cada vez mais frequentes graças às mudanças climáticas, e a crise de água que atinge o estado de São Paulo desde o começo do ano pode se repetir nos próximos anos. Afinal, a crise da água é também crise do clima.
A crise da água é resultado de uma série de questões que os paulistas conhecem bem: falta de cuidado das nascentes, desmatamento do mata ciliar, poluição, desperdício e má gestão. Agora há um novo fator, que intensifica todos os problemas anteriores e que coloca uma nova camada de desafio no planejamento e na gestão dos recursos naturais.
Eventos climáticos extremos como a seca que atinge São Paulo serão cada vez mais intensos e comuns com a elevação da temperatura média do planeta. Rezar para São Pedro aumentar o nível das represas, como os governantes têm feito, para garantir o abastecimento de água e de energia para a população pode não ser suficiente.
"As mudanças climáticas e os eventos extremos decorrentes delas não são levados em consideração quando obras de infraestrutura e políticas públicas são pensadas", diz Cristina Amorim, coordenadora da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil. "O planejamento baseia-se no registro do que aconteceu em anos anteriores. Só que o passado não representa mais o que se espera do futuro." Na prática, a chuva tão esperada, quando chegar, pode vir diferente de antes -- e ninguém está preparado para isso.
A íntegra.