O termo é incorreto, soviete é outra coisa, exatamente o oposto do que o artigo abaixo denuncia -- é poder popular, mas passa a ideia de que se refere à extinta Rússia stalinista.
O curioso é que durante muito tempo o Estado totalitário de 1984 (outro livro, este de George Orwell), em que tudo era vigiado pelo "grande irmão", foi associado à antiga URSS, mas os EUA é que estão tornando a profecia real.
Do saite Outras Palavras.
A silenciosa sovietização dos EUA
Por Paul Craig Roberts, tradução Cauê Seignemartin Ameni
A propaganda americana no período da Guerra Fria teve pouco, ou nada,
a ver com o colapso da União Soviética. No entanto, ao dramatizar as
mentiras soviéticas o mundo ficou cego com as de Washington.
Quando as autoridades soviéticas recusaram-se a publicar Doutor Jivago,
obra do destacado escritor soviético Boris Pasternak, a CIA transformou
o gesto num golpe midiático. Um jornalista italiano e membro do Partido
Comunista soube do manuscrito censurado e se ofereceu para levá-lo a um
editor de Milão, próximo dos comunistas: Giangiacomo Feltrinelli, que
publicou o livro em italiano em 1957, apesar das objeções soviéticas.
Feltrinelli acreditava que o Doutor Jivago era uma obra-prima e
que o governo da União Soviética era tolo, ao não capitalizar em seu
favor a obra de um grande escritor. Em vez disso, o Kremlin, dogmático e
inflexível, caiu na arapuca da CIA.
Os soviéticos fizeram tanta sujeira com o livro, que a controvérsia
elevou o perfil da obra. De acordo com documentos recentemente revelados
pela CIA, o órgão de espionagem norte-americano vislumbrou uma
oportunidade para os cidadãos soviéticos se perguntarem por que o
romance de um proeminente escritor russo só estava disponível no
exterior.
A CIA organizou uma edição na língua russa, publicada e distribuída
aos cidadãos soviéticos na Feira Mundial de Bruxelas, em 1958. O golpe
midiático foi consumado quando Pasternak recebeu o Prêmio Nobel de
Literatura em outubro de 1958.
A íntegra.