A direita protofascista (ou já será fascista?) manifesta-se também no exterior contra o governo petista.
Não tem nada a ver com os atingidos pela Copa, nem como os que protestam contra aumento do preço das passagens de ônibus (R$ 0,20) ou têm motivos para protestar contra os gigantescos aumentos nas contas da Cemig e da Copasa.
Os protestos protofascistas alinham-se com 12 anos de campanhas sensacionalistas de Globo, Veja e Folha, com o processo medieval do "mensalão" (que continua nas decisões arbitrárias de Joaquim Barbosa), com os atos de violência contra pobres, como amarrá-los em postes.
É uma reação ideológica daqueles que perderam o poder que sempre detiveram no Brasil colonizado.
Não à toa seu candidato à presidência quer acabar com o Mercosul e realinhar o Brasil aos EUA, vender a Petrobrás com o pré-sal, adotar política econômica recessiva de submissão ao FMI etc.
A questão é se terão votos -- os votos dos pobres que eles tanto odeiam -- para se eleger.
E antes disso, se serão capazes de provocar tanto tumulto durante a Copa para abalar as eleições de outubro.
É o que querem.
Da Rede Brasil Atual.
Ataque à embaixada do Brasil em Berlim foi mais do que ato contra a política
por Flávio Aguiar
No imaginário e na retórica das oligarquias, é necessário fazer com que o Brasil 'volte ao seu lugar'. As pedradas retóricas vêm do mercado financeiro, insatisfeito com a insubordinação do país
Aparentemente foi produto destas idiotices antipolíticas que voam mundo afora. Um bando de uns dez mascarados foram, a 1h de segunda, ao lado e aos fundos (evitando a rua) do prédio que abriga a Embaixada do Brasil em Berlim e a residência da embaixadora Maria Luiza Ribeiro Viotti. Jogaram umas 80 pedras e quebraram uns 30 vidros.
Mas não vivemos tempos normais. O Brasil hoje é alvo de uma campanha de mídia – dentro e fora de suas quatro linhas – das mais agressivas que já se viu na história do país. Acrescida pelo fato de que nunca se escreveu tanta besteira desinformada sobre ele, disfarçada de "informação", "denúncia", "alerta", o que se queira.
As pedradas físicas vieram provavelmente do grupo que mais tarde, no mesmo dia, divulgou um texto na internet, "[B] Kämpferische Botschaft nach Brasilien", em www.linksunten-indymedia.org , onde contesta a realização da Copa do Mundo no Brasil, e se solidariza com o movimento "Não vai ter Copa".
Mas as pedradas retóricas que diariamente, na TV, no rádio, na mídia impressa e virtual, agridem o Brasil vêm de outras fontes, que, aparentemente, nada têm a ver com aquela.
Há dois tipos de ataques. Um, mais politizado, é liderado pelos porta-vozes da city financeira londrina, The Economist e Financial Times. Atacam a presidenta Dilma, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o governo "intervencionista" do Brasil. Num artigo, a The Economist chega a afirmar que o problema do liberalismo no Brasil é o voto obrigatório, porque assim os pobres vão votar, e eles gostam de Estado, que lhes garante direitos e favores.
O outro tipo de ataque, menos politizado, mais disseminado, é ditado por um desejo ressentido de que o Brasil "volte ao seu lugar". O Brasil de hoje é uma liderança no G-20. Na Organização Mundial do Comércio. De devedor, passou a credor dentro do FMI. Pasmem: credor da União Europeia, através do fundo de ajuda que o FMI deu e dá aos endividados países do continente (que os repassam ao tão ávido quanto abalado sistema financeiro). Diante das necessidades pantagruélicas destes países e sistemas abalados e em clima de recessão, o Brasil até que deu pouco: uns US$ 300 milhões, frente às centenas de bilhões afundados nesta crise sem fim. Mas deu.
Mais: diante de um mundo que perdeu 60 milhões de postos de trabalho nos últimos poucos anos, o Brasil criou 16 milhões a mais, e no mundo formalizado, com carteira e tudo. O Brasil tem uma taxa de desemprego entre 5 e 6%, enquanto na Europa há países que amargam mais de 20%, sem falar entre os mais jovens, onde estas cifras chegam aos 40 e 50%.
Os vândalos que compareceram aos fundos da embaixada do Brasil para apedrejá-la na calada da noite, covardemente, estavam respondendo a este clima de hostilidade criado contra nosso país.
A íntegra.