Da Agência Carta Maior.
Cientista revela ameaças e pressões que cercam ciência climática
Por Jéssica Lipinski, do Instituto Carbono Brasil.
Em novo livro, Michael Mann explica como indústria dos combustíveis fósseis e céticos do clima combatem evidências do aquecimento global – e como lutar contra esse lobby expôs o pesquisador a intimidação, abusos e ameaças de morte. "É uma técnica clássica do movimento dos negadores, descobri, e eu não quero dizer apenas aqueles que rejeitam a ideia do aquecimento global, mas aqueles que insistem que fumar não causa cêncer ou que a poluição industrial não está ligada à chuva ácida", diz o cientista. "Numa ocasião, tive de chamar o FBI depois que me foi enviado um envelope com um pó dentro. Acabou por ser farinha de milho, mas, novamente, o objetivo era intimidação. Acabei com fitas de segurança policial por todas as portas e janelas do meu escritório." O trecho anterior pode até ter tudo para compor um livro de ficção policial, mas faz parte da vida de um cientista, cujo crime foi apresentar evidências do aquecimento global. "Essa é a vida de um cientista climático hoje nos EUA", acrescenta Michael Mann, o pesquisador em questão. Esse e outros episódios de ameaças de morte, restrição de liberdades e leitura de correspondências – dignos de histórias de detetives, agentes secretos ou testemunhas criminais – estão relatados no novo livro de Mann, The Hockey Stick and the Climate Wars ("O taco de hóquei e as guerras climáticas"), que deve ser publicado no próximo mês. Na obra, o cientista – diretor do Centro de Ciências do Sistema da Terra da Universidade Estadual da Pensilvânia, membro do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) e autor da Teoria do Taco de Hóquei, que ilustra o rápido aumento das temperaturas globais – explica como a indústria dos combustíveis fósseis e os céticos do clima combatem as evidências do aquecimento global.
A íntegra.