A decisão tomada ontem (25/3), com adesão do ex-prefeito e ex-ministro Patrus Ananias, apóia a reeleição do prefeito Márcio Lacerda incondicionalmente. O PT, que pôs Lacerda na prefeitura e depois foi defenestrado, vai "sugerir" que o PSDB fique de fora da aliança, mas se não ficar, apóia assim mesmo, para garantir cargos e o apoio nacional do PSB. O PSDB, que já foi colocado informalmente na prefeitura por Lacerda, exige dessa vez a aliança formal e os cargos mais importantes. É essa coisa esquisita que o ministro Pimentel e o senador Aécio inventaram para Belo Horizonte e Minas Gerais, a união entre situação e oposição. As consequências disso não foram boas para o PT mineiro: em 2010, Aécio passou a perna em Pimentel e apoiou o falecido Itamar; em 2011, Lacerda afastou os petistas da prefeitura e extinguiu as funções do vice-prefeito Roberto Carvalho. Nem assim o PT tomou vergonha -- com exceção da ala de Carvalho, do deputado Rogério Correia e do vereador Arnaldo Godoy. Como será em 2014? Lacerda vai apoiar Dilma ou Aécio? Ou será que o PT mineiro vai de Aécio pra presidente? Ou será ainda que Dilma e Aécio estarão juntos? Tudo parece possível depois do que aconteceu em Minas, principalmente se consideramos que tanto Dilma como Aécio são belo-horizontinos. Certo é que o eleitor que quer oposição em Belo Horizonte tem de bater em outra porta.
Marcelo Portela, da Agência Estado
PT decide apoiar PSB na reeleição do prefeito de BH, Márcio Lacerda
O PT decidiu neste domingo, 25, em votação com ânimos acirrados e direito até a empurra-empurra, apoiar a candidatura à reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB). No entanto, o apoio será acompanhado de uma "sugestão" para que os socialistas rejeitem a participação do PSDB na coligação. Em Minas, o PSB faz parte da base de apoio do governador tucano Antônio Anastasia e a direção socialista já indicou que vai aceitar a exigência do PSDB, de participar formalmente da aliança e da coordenação de campanha. A tese prevaleceu sobre a proposta de condicionar o apoio petista à exclusão dos tucanos da coligação com um placar apertado. Dos 479 delegados que votaram no processo, 255 (53%) optaram pela aliança incondicionalmente. Ao defender sua posição favorável à proposta vencedora, o ex-ministro Patrus Ananias lembrou que também é preciso "pensar no plano nacional, na posição da Dilma e do Lula". "Não quero o PSDB e minha posição é muito clara. (Mas) é possível avançar essa aliança com o PSB", afirmou. Os socialistas integram a base aliada do governo federal e o PT quer manter esse apoio para a disputa presidencial de 2014. "Tivemos 47% dos votos e o pessoal não vai participar", alertou (o vice-prefeito Roberto Carvalho).
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