Reportagem da revista britânica The Economist exalta o crescimento da produção agrícola brasileira, que serviria de modelo para o mundo, e ignora que o avanço do agronegócio é sinônimo de destruição do Cerrado. A matéria é do saite Página 22.
O milagre às custas do Cerrado
The Economist cita números impressionantes. Entre 1996 e 2006, o valor total das safras brasileiras subiu de R$ 23 bilhões para R$ 108 bilhões, ou 365%. O País ultrapassou a Austrália como maior exportador de carne e responde por um terço das exportações mundiais de soja – uma safra de zonas temperadas. A revista celebra o fato de que tudo foi feito sem subsídios governamentais e sem derrubar a Amazônia. “[O Brasil] é frequentemente acusado de cortar a floresta para criar fazendas, mas quase nada dessa nova terra (disponível para a agricultura) está na Amazônia; a maior parte é cerrado”, diz a reportagem. Parece que ninguém contou aos jornalistas da The Economist que o Cerrado é a savana mais rica em biodiversidade e em biomassa do mundo, como destacou Carlos Nobre, do Inpe, na edição de P22 sobre os biomas.
A íntegra.