Não posso dizer que conheço o presidente Lula, o mais próximo que estive dele foi na campanha presidencial de 1989, que cobri pelo JB. Nesta, uma coisa em especial me chamou atenção: como Lula usava nos seus comícios as informações que colhera antes, conversando com as pessoas nas ruas. Pode-se argumentar que todo político em campanha faz isso, mas tem uma diferença fundamental: ouvir. É ouvir que estabelece a relação humana entre iguais. Lula ouvia as pessoas com atenção – eu diria: de coração – e por isso estabelecia intimidade, falava como uma delas.
Lembrei disso vendo esse vídeo do Patrus em campanha. Patrus também ouve as pessoas, com o coração. Essa é uma qualidade que o distingue e o aproxima de Lula. É uma qualidade de políticos democratas. Políticos autoritários e tecnocratas pensam que sabem tudo, por isso não precisam ouvir; pensam que têm o poder, mas o poder vem do povo.