Esta carta que o Zé Serra me enviou por e-mail me fez pensar. Não sou portador de nenhuma deficiência especial, só daquelas consideradas normais, mas sou um sujeito preocupado com a mobilidade urbana, especialmente com a péssima qualidade dos passeios e espaços públicos, numa cidade em que tudo é feito para o carro, em detrimento do pedestre. Como foi que o Zé Serra descobriu isso? Ou não descobriu, mandou a esmo e acertou, em parte? Como foi que ele obteve meu e-mail? Nem vou clicar em links para tentar descobrir a origem, porque pode conter vírus. Felizmente, meu amigo Google identificou o spam e me poupou aborrecimento.
De qualquer forma, essa comunicação ainda é bastante arcaica. O Google faz muito mais. O Google é tão sofisticado que seleciona anúncios de acordo com palavras que escrevemos nos aplicativos. É uma publicidade 100% personalizada. Se minha postagem fala em "pesquisa de opinião", ele expõe o anúncio de um instituto; se escrevo "Cerrado", ele me oferece os frutos típicos; se escrevo "estação", ele me faz ofertas para o verão... Enfim, tem a burrice da máquina, da inteligência artificial, porque as palavras têm mais de um significado e o que ele me oferece pode não ser aquele ao qual me referi, mas ele está atento, lendo tudo o que escrevo. Essa é a tecnologia Google, desenvolvida para localizar instantaneamente conteúdos que nós procuramos na web, e é também a nova forma de publicidade que está sendo criada.