terça-feira, 14 de maio de 2013

A MP dos portos, a comunicação e a corrupção

Tudo passa pela democratização da imprensa. Mas a orientação do governo petista é não entrar em confronto com o oligopólio da comunicação. Como disse o sujeito que caiu do vigésimo andar, ao passar pelo décimo: "até aqui, tudo bem".  

Do blog Luís Nassif Online.
O chefe de Eduardo Cunha é Sérgio Cabral
Luís Nassif
Coluna Econômica
Um dos principais personagens do submundo político são os operadores, as pessoas especializadas em identificar as áreas sensíveis do setor público, os vazamentos de recursos, e montar o meio campo com interesses econômicos escusos, amarrados a interesses pessoais ou partidários.
Em geral os operadores atuam na sombra, assumindo cargos na máquina ou em governos. Poucos se aventuram a se expor em cargos eletivos.
Desde a redemocratização, poucos foram tão atrevidos quanto Eduardo Cunha, deputado eleito, líder do PMDB na Câmara. Foi parceiro de PC Farias, operador do deputado Francisco Dornelles, aliado de parlamentares evangélicos, depois do governador Antônio Garotinho e, agora, do governador Sérgio Cabral Filho - e sempre acompanhado de lobistas cariocas especializados no submundo da administração pública.
Sua vida pública está coalhada de escândalos. Talvez nenhum homem público do país esteve envolvido em tantos escândalos. Pior: saindo praticamente ileso de todos eles.
A íntegra.

Da Agência Carta Maior.
MP dos Portos: Quando o governo vai abrir as comunicações? 
Saul Leblon
O desconhecimento da sociedade sobre qualquer tema é o solo fértil de toda sorte de manipulação ideológica e econômica.
A MP dos Portos, editada em dezembro último, cujo prazo de validade vence nesta 5ª feira, é o exemplo clássico desse redil capaz de imobilizar as melhores intenções.
Sempre hesitante em sua política de comunicação, o governo, mais uma vez, menosprezou uma dimensão crucial da luta pelo desenvolvimento que consiste em popularizar o debate das decisões estratégicas com toda a sociedade.
Não o fez com a agenda dos portos; como também não foi feito com a da licitação de ferrovias e rodovias e tampouco com outras iniciativas em resposta à crise mundial.
Teme-se o carimbo de populismo.
Cultiva-se o "não politizar a agenda do desenvolvimento", que não é outra coisa senão economia concentrada em escolhas políticas.
Em contrapartida, faculta-se a um oligopólio midiático a modelagem narrativa do passo seguinte da história do país, reduzido assim a um carnaval de tomates e beterrabas.
A receita torna o governo refém da entropia oportunista que prolifera em sua própria base.
A íntegra.