Com dinheiro público, é bom que se diga. O presidente do STF que fez o discurso indignado da moralidade e do bom uso do dinheiro público no julgamento do "mensalão".
Do Diário do Centro do Mundo.
Folha recusou convite do STF que Globo aceitou
Paulo Nogueira
Na tentativa de atenuar a conduta antiética do Globo e de Joaquim Barbosa, alguns leitores comentaram, no Diário, que todos os jornais tinham feito a mesma coisa.
A mídia brasileira teria, em massa, embarcado na caravana da alegria patrocinada pelo contribuinte mas oferecida pelo Supremo para que fossem feitas matérias positivas para JB na inútil, irrelevante, desprezível viagem que este fez para a Costa Rica.
Pesquisei os textos da Folha sobre JB na Costa Rica. Não encontrei a informação de que o repórter da Folha teria viajado 'a convite' do STF.
Fui tirar a dúvida na fonte. Fiz essa pergunta, pelo Facebook, a Sérgio Dávila, editor executivo da Folha e antigo colega de Abril.
A resposta: "Recebemos e recusamos o convite. Custeamos todas as despesas de nosso enviado".
Que fique claro, então, que houve sim o terrível convite com o qual o contribuinte bancou uma operação autopromocional de Joaquim Barbosa.
O fato de a Folha, tão pronta a aceitar convites para se livrar de despesas editoriais indispensáveis ao bom jornalismo, ter recusado este do Supremo mostra o tamanho do abismo ético que havia na operação.
A Globo é assim no trato do dinheiro público: não tem cerimônia.
Como a Globo se comporta é sabido, do BV aos vários financiamentos de mãe para filho concedidos por sucessivas administrações.
O fato novo, no episódio, é como Joaquim Barbosa lida com o dinheiro público.
Dizem que é um homem inteligente. Quer dizer, os que querem promovê-lo dizem. Pergunta: com este alegado QI ele não foi capaz de enxergar o absurdo ético de patrocinar uma viagem ridícula com o dinheiro público?
Ou dinheiro público, para ele, pode ser usado assim mesmo, com imenso desprendimento?
A íntegra.