Escrevo sobre isso frequentemente há algum tempo, a primeira e a segunda vezes em 12 de outuro de 2009. No ano passado, a Avaaz anunciou um projeto, até onde sei ainda não lançado. Agora sai este GGN, aqui no Brasil.
"GGN, o jornal de todos os Brasis", novo portal colaborativo do jornalista Luís Nassif, surge dinâmico e atraente. Vale a pena acompanhar. Não sei o que significa a sigla.
Tenho pra mim que, à parte a agilidade, a atualização contínua e o caráter colaborativo inerente ao meio, o novo jornalismo da internet é na verdade o velho jornalismo, que a "grande" imprensa, principalmente no Brasil, deixou de fazer, para se dedicar a ser o "partido de oposição" sensacionalista.A internet publica o que a "grande" imprensa não publica mais. Não tem nada de revolucionário nisso, a não ser o caráter intrinsecamente revolucionário da verdade.
A novidade revolucionária da internet é transformar qualquer um e todo mundo em jornalista, capaz de reportar o que acontece ao seu redor -- escrevendo, gravando, filmando. Ao jornalista profissional cabe, digamos assim, "gerenciar" a circulação dessas informações.
Essa democratização da produção da informação as grandes empresas não vão fazer jamais, nem no papel nem na internet.
A morosidade do parto da nova imprensa colaborativa demonstra certa incapacidade empreendedora dos pequenos, dos trabalhadores, das associações de todos os tipos, dos cidadãos comuns, enfim.
A propósito, Nassif escreveu sobre isso hoje. Também deu entrevista.
Do Portal GGN.
STF pode sustar lei, mas não suspender tramitação de projetos no Legislativo, diz procurador
Sandra Oliveira Monteiro
Não existe nenhum impedimento para que o Supremo Tribunal Federal invalide uma lei aprovada pelo Congresso, mas que tenha flagrantes inconstitucionalidades. O que foi problemático, no caso da concessão de liminar pelo ministro Gilmar Mendes a um mandato de segurança contra um projeto de lei em tramitação, foi Mendes suspender uma tramitação em andamento dentro do Congresso, na opinião do professor titular de Direito Constitucional da Universidade de São Paulo (USP) e Procurador do Estado, Elival da Silva Ramos.
"O maior problema dessa questão é a forma como a decisão que paralisou o trâmite do projeto aconteceu. Ou seja, por meio de liminar, antes mesmo que o Congresso chegasse a transformar o projeto em lei", opinou o professor, em entrevista ao JornalGGN.
Ramos criticou, todavia, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 33, que tramita no Congresso e tem por objetivo submeter ao Legislativo as decisões do Judiciário sobre constitucionalidade. O procurador concorda que há um certo ativismo do STF, atribui isso à inação do Legislativo, mas acha que essa não é a melhor forma de resolver esse problema. "Se o STF está praticando ativismo, o remédio não está no amesquinhamento do papel do Supremo Tribunal pelo Congresso", afirmou. "A PEC é assustadora do ponto de vista do autoritarismo", concluiu.
A íntegra.