Taí uma notícia que transcende o dia e revela o nosso tempo.
O capitalismo é na sua essência um sistema que destrói tudo que encontra pelo caminho para criar uma única civilização mundial baseada na busca do lucro, na produção de mercadorias e na apropriação privada das riquezas. Nisso está incluída a destruição de culturas, inclusive línguas, as mais fracas. Ao mesmo tempo, todas as culturas pré-capitalistas reagem -- a França reage ao inglês como reprime os africanos. Mas a globalização, essa lei do mais forte na economia, segue em frente. O língua do sistema é o inglês. Pelo menos enquanto a China não se impõe como a maior potência mundial. Aqui perto de casa já tem uma escola de mandarim.
E para sentir por que os franceses têm razão em reagir, basta ouvir a música abaixo.
Da BBC via DCM.
Lei que autoriza inglês nas universidades gera revolta na França
Um projeto de lei que autoriza as universidades da França a darem aulas em inglês, discutido atualmente pelo Parlamento, está causando grande polêmica no país.
Os opositores à medida – inúmeros intelectuais e políticos – afirmam que "a invasão do inglês" nas faculdades representa uma "ameaça" à língua francesa.
A polêmica é tão grande que o jornal Libération publicou uma capa toda escrita em inglês na terça-feira.
O governo ressalta que a iniciativa visa a atrair à França estudantes universitários de outros países, sobretudo emergentes, e também "excelentes professores" internacionais que não falam francês.
"Muitos alunos, sobretudo de Coreia do Sul, China, Brasil, Índia e Cingapura, gostariam de estudar na França, mas se sentem desencorajados pelo fato de que é preciso saber falar francês", afirma a ministra do Ensino Superior, Geneviève Fioraso.
A íntegra.