O governo federal liderou ações em todas as áreas envolvidas na organização da Copa, da polícia às crianças e adolescentes, da saúde ao turismo. Estados e municípios, incompetentes e dirigidos por partidos de oposição, tiveram de rebolar para dar conta das tarefas. Não se pode dizer que tenham tido sucesso absoluto, mas foram obrigados a agir de forma republicana, colocando interesses públicos acima dos interesses pessoais e políticos, possibilitando diálogo entre setores dispersos, equipando setores. Isso certamente foi um ganho para o País, mas conhecemos pouco do assunto, porque a "grande" imprensa -- que apostou no fracasso da Copa -- o ignorou.
PS: A Copa melhorou até a "grande" imprensa, obrigada a dar uma trégua na perseguição ao governo federal; a Globo fez matéria ridícula reconhecendo que as críticas não correspondiam à realidade.
Do jornal GGN.
Pesquisador da UFRJ diz que legado da Copa é estrutural
Pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o professor Marcos Dantas foi entrevistado pela revista mexicana Zócalo sobre vários aspectos da Copa do Mundo de 2014, em especial na lida com aspectos políticos – como as manifestações – e do ponto de vista gerencial.
Para Dantas, a organização da Copa mostrou que as falhas que houveram na preparação, embora não tenham comprometido o bom andamento do mundial, estavam muito mais relacionadas aos Estados e municípios que em relação ao governo federal.
"É deles (Estados e municípios) a responsabilidade maior pela contratação e execução das obras de mobilidade urbana, assim como pela segurança pública. Por problemas políticos e de gestão, melhor dizendo, falta de competência, não conseguiram fazer as obras a tempo e até cancelaram alguns projetos importantes. Os estados e municípios estavam desaparelhados para realizar as obras que lhe foram exigidas. Não raro faltam tanto burocracia pública, quanto empresa privada de engenharia com capacidade suficiente para sequer elaborar bons projetos", avalia.
Por outro lado, o pesquisador destaca o que acredita ser o verdadeiro legado da Copa: o fator organização entre as esferas, que devem permanecer em função do andamento de obras importantes que, apesar de não terem sido concluídas para a Copa, serão finalizadas. Dantas avalia o resultado do esforço conjunto como "fundamental para a reconstrução do Estado brasileiro". Confira a seguir, na íntegra, a entrevista do pesquisador à revista mexicana, concedida quatro dias antes da abertura do mundial, quando ainda pairavam incertezas em relação à segurança do evento.
A íntegra.