quinta-feira, 5 de abril de 2012

ONU se insurge contra decisão que inocentou acusado de estuprar crianças

Foi a decisão mais absurda da absurda justiça brasileira. E foi dada por uma mulher. O acusado, cujo nome é mantido em sigilo, seria um político. As vítimas, meninas de 12 anos. O argumento é que "elas já eram prostitutas".

Do Sul 21.
ONU critica decisão do STJ de absolver acusado de estuprar três crianças
Da Redação.
O Escritório Regional para América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh) divulgou nota em que "deplora" a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de inocentar um homem acusado de estuprar três crianças com menos de 12 anos de idade. No julgamento, o STJ entendeu que nem todos os casos de relação sexual com menores de 14 anos podem ser considerados estupro. Tanto o juiz que analisou o processo como o tribunal local inocentaram o réu com o argumento de que as crianças "já se dedicavam à prática de atividades sexuais desde longa data". "É impensável que a vida sexual de uma criança possa ser usada para revogar seus direitos. A decisão do STJ abre um precedente perigoso e discrimina as vítimas com base em sua idade e gênero", disse Amerigo Incalcaterra, representante regional do Acnudh para a América do Sul. Na avaliação de Incalcaterra, o STJ violou tratados internacionais de proteção aos direitos da criança e da mulher, ratificados pelo Brasil. O representante pede que o Poder Judiciário priorize os interesses infantis em suas decisões.
A íntegra.