É a internacional da "grande" imprensa, as oligarquias nacionais unidas contra a liberdade de imprensa, a verdadeira, que garante que o leitor seja informado e não que garante às empresas não informar.
Do Diário do Centro do Mundo.
A Folha contra Cristina Kirchner
Por Paulo Nogueira
O objeto específico do ataque da Folha a Cristina Kirchner é um trecho da nova legislação em que é afirmada a "questão de consciência". É mais ou menos o seguinte: imagine que um jornalista receba uma ordem para escrever uma coisa que lhe cause repugnância. Ele poderia se recusar.
Em situações normais, a "questão de consciência" seria supérflua. Os jornalistas poderiam trabalhar em jornais e revistas com os quais se sintam identificados. Na Inglaterra, um jornalista de esquerda vai trabalhar no Guardian. Um conservador, no Times de Murdoch.
Mas e quando você tem uma brutal concentração de mídia como na Argentina? O grupo Clarín, fora o jornal do qual extraiu o nome, é dono de 240 concessõs de cabo, 10 estações de rádio e quatro canais de televisão.
Tenho uma história pessoal a contar, neste campo. Por coincidência, ela ocorreu na própria Folha.
Em meados dos anos 1960, meu pai era editorialista da Folha. O Brasil vivia uma ditadura militar. Presos políticos iniciaram uma greve de fome em São Paulo. O dono da Folha, Octavio Frias de Oliveira, mandou que meu pai escrevesse um editorial no qual fosse dito que não havia presos políticos. Todos eram presos comuns. Meu pai recusou.
A íntegra.