Não é novo, mas é relevante, pois Serra continua aí, querendo ser prefeito, presidente... Junto com FHC e Aécio, forma a trinca dos tucanos mais importantes. E os tucanos ou não são o que dizem que são ou têm vida oculta. Ou os dois. FHC não é o autor da tese que o celebrizou como sociólogo e pela qual recentemente ganhou US$ 1 milhão do governo dos EUA. Serra esconde a tese que defendeu quando "estudou" no mesmo país. Curioso. Seria a tese do Serra favorável à ditadura Pinochet e aos EUA? Por que não a publicou? Por que ele foi tão bem acolhido nos EUA? Quais foram suas relações com o governo americano enquanto se "exilou" lá? Como pôde se exilar "numa boa" num país que sustentava a Operação Condor, que perseguia todos os esquerdistas latino-americanos, ele, um ex-presidente da UNE, que tinha se refugiado no Chile e fugido de lá quando houve o golpe? Basta lembrar que esquerdistas chilenos foram perseguidos e mortos dentro de território americano. Será que a tese do Serra era já neoliberal e ligada à direita americana? Será que Serra colaborou com o governo americano? São dúvidas que interessariam ao Serra desfazer, caso as respostas não o comprometessem. O certo é que, quando o PSDB foi fundado, Serra já estava à direita de um empresário "nacionalista" como Fernando Gasparian, como se lê nesta boa história contada pelo Sebastião Nery.
Do blog Amigos do Presidente Lula.
Serra já era neoliberal entreguista em 1988
O jornalista Sebastião Nery conta essa história em seu livro Folclore Político:
O Conselho Editorial da Editora Paz e Terra era assim: Antonio Candido, Celso Furtado, Fernando Henrique Cardoso. O dono e editor, Fernando Gasparian. Foi assim que a Paz e Terra nasceu.
Cansados de brigar com Ulysses Guimarães e Orestes Quércia, porque queriam controlar o PMDB de São Paulo para lançar Mário Covas à Presidência da República nas eleições de 89, os então senadores Mário Covas e Fernando Henrique Cardoso e os deputados José Serra e Fernando Gasparian, todos do PMDB de São Paulo, reuniram-se uma noite em São Paulo, durante a Constituinte, para fundar um novo partido.
Serra fez longa exposição, defendendo o fim do Estado forte, o neoliberalismo e as privatizações. Gasparian não gostou:
– Nesse partido eu não entro. Vai ser uma UDN entreguista.
Os três participaram do comando da fundação do PSDB. Gasparian continuou no PMDB.
Serra nos EUA no período da Operação Condor
O jornal Folha de São Paulo, de domingo, disse que enviou um enviado especial à Bulgária para "investigar" os antepassados de Dilma Rousseff.
O que importa mais ao leitor de um jornal?Saber sobre o próprio José Serra, principalmente de seus supostos estudos nos EUA que, para ele, o faz "o mais preparado", ou buscar ancestrais longínquos de Dilma na Bulgária, terra natal de seu pai, mas que ela nunca teve maiores vínculos, pois nasceu, cresceu e viveu toda sua vida no Brasil?
A decisão da Folha seria como procurar parentes distantes de Serra na Itália, ou, quem sabe, na Transilvânia.
Mais interessante do que isso, é um episódio que instiga a curiosidade de qualquer jornalista: Como José Serra saiu foragido do Chile com o golpe que derrubou Allende em 1973, e foi encontrar as facilidades de morar com a família justamente nos EUA, o país que mais apoiou o golpe?
Seria natural Serra se exilar em países europeus, ou no Canadá, ou países socialistas. Mas não nos EUA de Richard Nixon e Gerald Ford, ainda mais com Henry Kissinger com o porrete na mão, conduzindo a política externa.
Como Serra conseguiu o green card nos EUA? Como ele se sustentou lá? Como ele conseguiu estudar nas caras Universidades estadunidenses? Ainda mais sem ter o diploma de Bacharel em Economia? E quem pagou essa conta, já que ele diz que o pai não era rico?
A Folha deve uma reportagem sobre esta singela curiosidade que a nação brasileira tem o direito de saber, e Serra foge do assunto.
Outro mistério é o conteúdo da tese de Serra "Some aspects of economic policy and income distribution in Chile, 1970-1973" (Alguns aspectos da política econômica e distribuição de renda no Chile).
Seria uma tese neoliberal, da "Escola de Chicago" de Milton Friedman?
As teorias da "Escola de Chicago" inicialmente embasaram a administração econômica da ditadura de Pinochet no Chile na década de 1970, com os "chicago boys", antes mesmo de serem adotadas, na década de 80, por Margaret Thatcher na Inglaterra e por Ronald Reagan nos EUA.
Seria Serra um "Chicago boy", usado para fazer estudos que instruíram o governo de Pinochet nas privatizações chilenas?
É preciso lembrar que no governo FHC, Serra foi um autêntico "chicago boy" no Ministério do Planejamento, quando colocou em prática sua fúria privatista neoliberal e de estado mínimo.
O blog procura o paradeiro desta tese, para fazermos o sacrifício de ler e ver se Serra foi um "Chicago Boy" já naquela época, como se suspeita, ou se só tornou-se um deles durante o governo FHC.
Serra, que deveria se orgulhar de sua obra acadêmica, parece imitar FHC no estilo "esqueçam o que escrevi", porque não divulga sua tese em nenhum lugar na internet.
Quem souber do paradeiro, favor encaminhar ao blog.
(De um leitor:)
Acho que ajudo a esclarecer algumas das perguntas da matéria. José Serra
nao terminou sua graduaçao e conseguiu uma prova de proficiencia ou
algo do tipo, no Chile, equivalendo a graduação genérica (náo é
economista). Daí, fez um mestradinho, uma monografia de umas 70 paginas
sobre o milagre brasileiro. Uma versao foi publicada como uma brochura
(ed. Periferia, B.Aires, 1972). Daí veio o golpe e muitos
latino-americanos tiveram que abandonar o Chile. Serra foi pros E.Unidos
e ganhou uma bolsa de estudos da Fundação Ford (consta que graças a
FHC). Entre 1974 e 1978 conseguiu o prodígio, segundo ele, de fazer um
outro mestrado (?) e um doutorado em ecnomia, em Cornell, além de dar
aulas em Princeton. Na verdade, a universidade de Princeton já negou que
Serra fosse professor da instituição: ele era bolsista de um centro de
estudos associado à universidade. O doutrado é outro mistério, de fato.
Consta na biblioteca de Cornell o titulo da tese. Ela está
permanentemente "indisponível". Sites de busca especializados nao a
conseguem encontrar em nenhuma biblioteca academica do mundo. No Braisl,
muito menos. NEm mesmo na Unicamp, onde ele foi misteriosamente
contratado e precocemente aposentado (salario integral) como professor
titular, o mais alto posto da carreira. Já pratiquei o esporte de
perguntar a economistas de varias universidades do Brasil (muitos deles
simpaticos a Serra) qual era o argumento da famosa tese: percebi que
nenhum sabia sequer o titulo. Nem os do Instituto de Economia da
Unicamp. Já procurei em muitas fontes rastreadoras: ela nao é citada em
nenhum trabalho (acadêmico ou nao). De fato, é um mistério. Qualquer
professor que defende tese relevante sonha com sua publicação. Um cara
faz uma tese em Cornell, tem amigos influentes nas editoras importantes,
trabalha numa unviersidade de ponta que tem uma grande editora. E sua
tese é clandestina. Muita modéstia.
A íntegra.