(Vulgo "brasileirão" da CBF.)
Iniciado o returno, é hora de fazer um balanço. A esta altura parece que o título de 2012 ficará entre os três primeiros colocados. A diferença de pontos entre o líder, Atlético, e o quarto colocado, Vasco, é de 9 pontos. Entre o Galo e o segundo, Fluminense, 1 ponto, entre o Galo e o terceiro, Grêmio, 4. A dificuldade para o Vasco e os que vêm em seguida, São Paulo, Cruzeiro e Internacional, todos eles com 31 pontos, portanto, 13 a menos que o líder, não é não melhorarem seu desempenho, o que costuma acontecer com alguns times no returno, é verem três clubes caírem igualmente de rendimento, o que não costuma acontecer.
Resta avaliar então a situação de Atlético, Fluminense e Grêmio. Os três vivem momentos distintos: o Atlético, de queda; o Fluminense, de estabilidade; o Grêmio, de subida. Nas cinco últimas rodadas, a primeira do returno e as quatro últimas do turno, o Grêmio ganhou 12 pontos (quatro vitórias e uma derrota), o Fluminense, ganhou 11 (três vitórias e dois empates) e o Atlético, apenas 9 (duas vitórias e três empates).
Empatar é um péssimo negócio, principalmente quando se leva um gol no último minuto, quando se domina amplamente a partida e não se consegue marcar. Por isso a situação do Atlético é preocupante: entrou no costume de empatar e precisa urgentemente reverter isso. Perdeu seis pontos em três jogos nos quais teve a vitória nas mãos -- ou nos pés -- e deixou seus rivais se aproximarem, principalmente o Grêmio. O Galo perdeu a gordura que tinha e agora tem obrigação de vencer o Flamengo no Rio, no jogo que falta do turno, para recuperá-la.
Sua situação não é fácil: tem antes pela frente o Corinthians, no Pacaembu, domingo. Trata-se do time mais organizado do País, que não faz boa campanha, mas parou o Fluminense no Rio, ontem. Os tricolores gaúcho e carioca têm na véspera jogos aparentemente mais fáceis e o Galo pode entrar em campo já com obrigação de vencer para manter a liderança. Seu pensamento, no entanto, não pode ser esse e sim que precisa vencer o Corinthians para ser campeão. Nada melhor do que derrotar o atual campeão da Libertadores no seu campo para demonstrar força de campeão.
O jogo seguinte também é fora, contra o Bahia -- duas derrotas ou mesmo mais dois empates serão catastróficos.
O pior de tudo é que a Ponte Preta ontem jogou por terra o mito da vitória certa no Estádio Independência. Esta condição precisa ser revertida. Dois jogos seguidos o Galo jogou lá e não venceu. Contra o Cruzeiro, tudo bem, pois a torcida era contrária e foi um erro de arbitragem, aliado à desatenção da defesa no último minuto, que impediu a vitória, mas por isso mesmo ontem o Galo tinha obrigação de vencer. Se tivesse vencido domingo, o empate ontem não seria desastroso; se tivesse vencido ontem, o empate domingo seria esquecido. O problema são os dois empates seguidos. Os quatro pontos perdidos nos dois jogos podem ser decisivos no final do campeonato.
No primeiro turno, o Galo mostrou um time à altura da sua apaixonada torcida, com cara de campeão O segundo turno é um novo campeonato. Nele, o Atlético de Cuca terá de demonstrar que não perdeu o fôlego e que não tem menos vontade de ser campeão do que o Fluminense de Abel Braga e o Grêmio de Luxemburgo. Principalmente, terá de mostrar que o futebol brilhante de Ronaldinho Gaúcho, Bernard e companhia não foi fogo de palha. Será este mais um time que a certa altura mereceu ser campeão, mas não foi, ou um time que ao final do campeonato mostrou que soube ser campeão?
O título se conquista vencendo jogo após jogo, disputando cada partida como seu fosse a final. Serão 18 finais (a partida contra o Flamengo deve ser desconsiderada, mais vencida, como uma partida bônus) -- e a primeira delas é domingo, contra o campeão da Libertadores.
Para ser campeão, o Galo terá de vencer 18 finais, ou pelo menos 13, como venceu no primeiro turno, especialmente os jogos decisivos, contra o Grêmio e o Fluminense, na 26ª e na 32ª rodadas, respectivamente -- ambos, por sinal, no Independência. Nestes dois jogos tem obrigação de fazer prevalecer o mando de campo. E deverá chegar a eles na frente ou na mesma posição dos adversários, para desferir em cada um um golpe fatal. Será capaz disso?
É o que veremos a partir de domingo.