terça-feira, 21 de agosto de 2012

A comida saudável na cidade e os movimentos no campo

A luta pela terra ganhou uma nova dimensão nos dias atuais e interessa a toda a população. Agronegócio virou sinônimo de destruição ambiental, alimentos contaminados por agrotóxicos e caros, sementes transgênicas controladas por meia dúzia de multinacionais. Alimentação orgânica, saudável e barata depende da agricultura familiar, assim como a conservação ambiental. Longe de serem baderneiros, os trabalhadores sem terra são esperança para a população das cidades, os 84% dos brasileiros que comemos comida de cachorro e envenenada.

Da Agência Carta Maior.
Movimentos do campo se unem por novo projeto de agricultura Vinicius Mansur 
Brasília - Após 51 anos do I Congresso Camponês, realizado em Belo Horizonte (MG), em 1961, os movimentos sociais e sindicais do meio rural brasileiro voltaram a se unir em evento semelhante: o Encontro Unitário dos Trabalhadores, Trabalhadoras e Povos do Campo, das Águas e das Florestas, iniciado nesta segunda-feira (20), em Brasília.
A aliança entre as 13 organizações que gestaram o encontro já vinha sendo construída desde o início deste ano, conforme noticiou Carta Maior, e de acordo com o dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), William Clementino, é a luta pela reforma agrária o principal fator de unidade neste momento. "A reforma agrária na lei ou na marra, com flores ou com sangue, ela vai ter que acontecer, porque ela é um princípio que supera a pobreza e a miséria", disse, relembrando a célebre frase de Francisco Julião, líder das Ligas Camponesas, durante o congresso de 1961. Clementino lembrou que 7 milhões das 11 milhões de famílias que recebem o Bolsa Família estão no campo e, portanto, nenhuma política de combate à pobreza terá êxito sem a reforma agrária.
O representante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile, afirmou que nestes dois anos de governo de Dilma Rousseff (PT) não houve um decreto sequer de desapropriação de terras para a reforma agrária. Segundo Stedile, o encontro simboliza uma aliança que já vem sendo construída com o objetivo de criar forças para mudar o atual "grande objetivo" da agricultura brasileira: "Hoje ela é refém de um único objetivo: dar lucro pras multinacionais, por isso está entupindo as terras de soja, etanol e boi para exportar. O que nós queremos: que a agricultura brasileira seja organizada para produzir alimentos sadios, sem agrotóxico, para a população brasileira".
A íntegra.