O mal que esse prefeito é capaz de fazer não tem limites. A Prefeitura gastou fortunas fixando a música de uma dupla sertaneja na memória do eleitor e agora Lacerda usa a mesma melodia na sua propaganda. Imoral com certeza, ilegal também, se a justiça eleitoral funcionar pra valer. Equivale a fazer propaganda pessoal usando dinheiro da prefeitura, o que é proibido. O prefeito milionário deve ser condenado a devolver aos cofres públicos o que gastou em seu benefício pessoal. Mais que isso: sua candidatura deveria ser impugnada.
Do Pragmatismo Político.
Por que a Prefeitura de BH gastou tanto com publicidade
Renato Villaça
A Prefeitura de Belo Horizonte gastou, em um longo período e várias campanhas publicitárias, um enorme volume de recursos envolvendo concessão de direitos autorais e fonográficos, produção e, sobretudo, veiculação nos principais veículos de mídia eletrônica (rádio e TV), já há alguns anos.
Agora, Márcio Lacerda inicia sua campanha com um jingle e aplicação da melodia da mesma canção em trilhas musicais, inclusive fazendo referência à letra anterior, composta para a Prefeitura. Isto significa, na prática, que o candidato se beneficia diretamente, com fins puramente eleitorais, de um investimento público, com recursos municipais, feito por uma instituição governamental (Prefeitura de Belo Horizonte) para se autopromover.
Não se questiona aqui se os autores liberaram ou não a nova versão ("Deixa o Márcio trabalhar"), mas o aproveitamento dos resultados de um investimento fabuloso (e que poderia ter sido aplicado em ações sociais, por exemplo) em propaganda pela Prefeitura, com fins exclusivamente eleitorais. Trata-se, portanto, de um tipo de "prosseguimento" de uma campanha de governo, porém, agora associada à imagem pessoal do candidato Márcio Lacerda. (...)
Atuo como compositor e produtor de som publicitário, e também como professor universitário na área de produção em áudio para publicidade há 10 anos.
Uma das coisas mais importantes que ensino aos alunos sobre a utilização do áudio na publicidade é a importância da repetição para a fixação de mensagens, gerando o que no discurso publicitário é denominado recall, ou seja, as pessoas se lembrarem e estabelecerem relações de sentido em torno de uma peça sonora publicitária. De nada adianta que um jingle ou uma trilha musical publicitária seja bem realizados e produzidos se não forem fartamente veiculados e repetidos nos meios de comunicação disponíveis. O que importa em propaganda sonora, não é apenas a qualidade da criação e o acabamento técnico da produção, mas sobretudo, a capacidade financeira do cliente em comprar espaços publicitários nos veículos.
A íntegra.