Na época da apreensão do helicoca dos Perrellas, foi observado pelos mais atentos que as contas dos pesos da aeronave não batem.
Ficou por isso mesmo, tratou-se logo de inocentar os Perrellas e o assunto sumiu.
Agora aparece esse aeroporto, denunciado pela Folha, cuja irregularidade remonta ao governo Tancredo, segundo reportagem do Estadão.
Aécio mistura o público e o privado, segundo a revista piauí. (A íntegra pode ser lida aqui.)
É interessante ver os mapas publicados na matéria do GGN.
Não se trata de acusar Aécio de nada, não se trata sequer de insinuar nada.
Trata-se de investigar o caso do helicoca e elucidar as dúvidas que ficaram sem resposta e sem cobertura jornalística.
Trata-se de mostrar as irregularidades dos aeroportos que envolvem o governo Aécio, como fizeram publicações da grande imprensa.
Um candidato a presidente precisa ser conhecido pelos eleitores.
Em 2010, Dilma teve toda a sua vida investigada e várias suspeitas levianas foram lançadas sobre ela.
Do jornal GGN.
O aeroporto de Cláudio, o helicóptero e a rota do tráfico de drogas
Cíntia Alves
Quando a apreensão de quase meia
tonelada de pasta de cocaína transportada num helicóptero dos Perrellas
veio à tona, no final de 2013, autoridades estadunidenses pisaram em
solo brasileiro para ajudar na apuração da origem e destino da droga. Investigações
apontavam que a demanda teria sido negociada com mexicanos, mas saído
oficialmente do Paraguai, com forte suspeita de que a Europa era o
norte.
Fato é que consta nos depoimentos de Rogério Almeida, piloto preso em
flagrante pela Polícia de Espírito Santo com mais comparsas, que a
aeronave do então deputado Gustavo Perrella (Solidariedade) viajou de
Avaré paulista até o Campo de Marte (A). De lá, para Divinópolis (B), e da cidade mineira para Afonso Cláudio, no Estado vizinho.
Na época, a imprensa levantou dúvidas técnicas sobre o helicóptero.
Modelo R-66, a aeronave só sai do chão suportando o peso máximo de
1.225 quilos. O helicóptero consome 581 quilos desse limite. Com o
tanque cheio, iriam mais 224 quilos. Sobrariam 420 para a carga
restante, contando aí os passageiros. Só de cocaína, a polícia
informou ter apreendido 445 quilos.
Com os cálculos feitos levando-se em conta a distância percorrida
pelo helicóptero (entre os três pontos, pelo menos 1,17 mil quilômetros,
em linha reta) e a autonomia da nave, duas hipóteses foram levantadas:
ou o piloto mentiu e a droga foi carregada num local mais próximo da
fazenda em Afonso Cláudio, onde pousou o helicóptero, ou menos
combustível foi colocado para equilibrar o peso da nave.
Consequentemente, mais paradas para abastecimento seriam necessárias.
Nesse último caso, aeroportos não fiscalizados seriam perfeitos. O de Cláudio (C), construído
durante a gestão de Aécio Neves (PSDB) enquanto governador de Minas
Gerais (2003-2010), até hoje não foi homologado pela Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil). O órgão federal garantiu que faltam documentos para concluir esse processo.
A obra é questionada pelo fato de beneficiar, teoricamente, um município de 25 mil habitantes e pouca expressividade econômica. Além disso, Divinópolis, por onde passou o helicóptero dos Perrellas, fica a poucos quilômetros dali, e possui aeroporto bem equipado.
Aécio não comenta se já usou a pista em Cláudio para facilitar o acesso à Fazenda da Mata, que pertence à sua família há décadas, a seis quilômetros do aeroporto denunciado. Há vídeos na internet comprovando que o espaço é utilizado para shows de aeromodelismo. Familiares de Aécio disseram à Folha que pelo menos um avião pousa por semana por ali. A Anac vai investigar.
Na versão de Aécio, o aeroporto de Cláudio integra o Proaero, um
programa que em sua raiz visava a intervenções em mais de 160 lugares.
Seriam construídos aeroportos locais ou regionais, ou melhoradas as
condições das pistas existentes.
Denúncias sobre aeroportos construídos ou pistas que receberam
investimentos vultosos nos últimos anos pipocam na mídia todos os dias
desde que a Folha de S. Paulo revelou, em 20 de julho, que o equipamento
em Cláudio foi construído em um terreno que pertence ao tio-avô de
Aécio, Múcio Guimarães Tolentino. É a família Tolentino que, segundo o
jornal, cuida das chaves do aeroporto enquanto o imbróglio envolvendo a
desapropriação do terreno não se resolve na Justiça.
Segundo a assessoria de Aécio, a família Tolentino exige R$ 9 milhões
pelo terreno. O Estado depositou em juízo cerca de R$ 1 milhão. Nesta
sexta-feira (25), o periódico informa que Múcio Tolentino, ex-prefeito
de Cláudio, é alvo de uma ação por improbidade administrativa.
A íntegra.