Da RBA.
Criação de banco dos Brics é saudada como fim da 'ferramenta extorsiva' do FMI
São Paulo – A criação de um banco de desenvolvimento pelos países dos
Brics foi recebida com otimismo e elogios. A avaliação é de que a
iniciativa oferece um contraponto ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário
Internacional (FMI), entidades publicamente criticadas pela imposição de
regras nocivas às populações dos países devedores e pela centralização
da tomada de decisões.
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul anunciaram a decisão
durante a cúpula realizada entre ontem (14/7/14) e amanhã, em Fortaleza e
Brasília, com um aporte inicial de US$ 50 bilhões e meta de chegar
nos próximos anos a US$ 100 bilhões. A medida vem na esteira de uma
série de tentativas fracassadas destes países de mudar a distribuição de
poder dentro do Banco Mundial e do FMI, manejados de maneira central
por Estados Unidos e União Europeia.
Para o cientista político Paulo Vannuchi, da Rádio Brasil Atual,
a criação de um banco de desenvolvimento próprio dos Brics tem um
simbolismo político "muito" grande. "É uma maneira de dizer que não
aceitamos mais o domínio do Banco Mundial e Fundo Monetário
Internacional", afirma em seu comentário de hoje (15).
"É uma saída estratégica indispensável porque é uma maneira de dizer
que nós não precisamos ficar dependendo dessa fonte única de
investimento", avaliou Vannuchi. "Os Estados Unidos e a União Europeia
já têm muita riqueza, não precisam de manejar ao seu bel-prazer os
organismos de financiamento mundial, e agora passam a ter um
concorrente." Além disso, o cientista político ressalta que os países de
América Latina, Ásia e África poderão se associar ao banco dos Brics.
A íntegra.