É o que acontece também na Savassi. Passei lá só depois ou antes de jogos, mas o mau cheiro e a sujeira continuavam lá. E havia muitos estrangeiros. Mais ainda policiais. E carros de polícia. E grades cercando tudo.
Do DCM.
Quando a diversão deu lugar ao caos na Vila Madalena
por Thiago Sievers
É na Vila Madalena que as coisas acontecem em São Paulo. Assim tem
sido nos últimos tempos. O bairro paulistano tem sido o ponto de
encontro mais importante da capital para os jogos da seleção, superando
até mesmo o Vale do Anhangabaú, onde acontece a Fan Fest.
Segundo a prefeitura, 25 mil pessoas assistiram a Brasil e Colômbia
na festa oficial da FIFA no centro e 70 mil no bairro da zona oeste.
Eu estive lá. E o que eu vi não foi um carnaval de alegria.
Ainda que o tempo estivesse ameno, muitos homens andavam sem camisa e
se instalavam na beirada dos corredores por onde as pessoas passavam
para investir em qualquer mulher que atravessasse o caminho. Segurar no
braço, cheirar o cangote e andar alguns metros acoplado à retaguarda das
garotas era o roteiro.
Os banheiros químicos instalados próximos à festa liberavam um cheiro
forte e o chão já começava a tomar contornos de lixão. Mas as pessoas
pareciam se divertir, dançando, cantando, bebendo e beijando.
Não consegui observar tantos gringos quanto os relatos que li e
alguns amigos que estiveram nas últimas festas diziam haver. Vi um ou
outro fotografando com brasileiras e balançando o corpo ao som das
músicas que animavam as rodas que se formavam aqui e ali.
Para assistir ao jogo havia o famoso telão da Aspicuelta com Mourato
Coelho, que estava banhado pela luz do sol, outro telão menor e mal
posicionado na Fradique Coutinho, ou as televisões dos bares instaladas
na calçada. Então eu optei por um bar ali do lado que estivesse mais
tranquilo.
Depois da partida, o ambiente era o mesmo, só que bastante mais
intenso. O cheiro desagradável havia proliferado pelo lugar e os
banheiros químicos tinham perdido suas funções (ao menos para os
homens).
O chão estava empesteado de lixo e totalmente molhado, apesar de não
ter chovido. Os plásticos sob os pés, somados à umidade e ao odor, davam
a impressão de que se estava caminhando sobre o esgoto.
A íntegra.