No noticiário de hoje, uma aula de jornalismo. De jornalismo e política, porque ambos se misturam mais do que nunca, no Brasil e no mundo.
Procure notícias sobre o conflito na Faixa de Gaza. Veja como jornais brasileiros tratam do assunto.
Escondem as notícias pró-palestinos -- inclusive esta, em que é o secretário-geral da ONU quem fala e quando instalações da ONU são atingidas e as vítimas são crianças dormindo.
Destacam as notícias pró-Israel.
No melhor dos casos, fingem neutralidade dando "o mesmo peso" aos dois lados.
Como dar o mesmo peso a dois lados num noticiário em que de um lado já morreram mais de 1.300 civis, metade crianças, e do outro lado, 50 soldados e três civis? Em que de um lado há o exército mais bem armado do mundo e do outro civis?
Qualquer pessoa minimamente informada sabe que não existe "guerra" na Palestina. O que existe é um Estado judeu criado artificialmente depois da 2ª Guerra Mundial onde já viviam outros povos, um Estado em expansão permanente, o Estado mais bem armado do mundo, que recebe apoio da nação mais poderosa do planeta.
Basta olhar o mapa e ver o tamanho que tinha Israel ao ser criado pela ONU e o tamanho que tem hoje.
Qualquer pessoa minimamente informada se horroriza há décadas com o que faz Israel contra os palestinos. A ONU também se horroriza e se manifesta, mas nada pode fazer de fato porque seu Conselho de Segurança só age por unanimidade e os EUA não admitem nenhuma ação militar internacional contra Israel, como são feitas em outras partes do mundo.
Enquanto isso, o noticiário se ocupa do Hamas e dos seus "terroristas".
O mundo continua se emocionando -- justificadamente -- com o que fizeram os nazistas contra os judeus, mas ignora o que fazem os judeus com os palestinos.
A comunicação mundial é controlada por judeus pró-Israel, basta ler nomes de proprietários, articulistas e jornalistas.
Assim como a imprensa brasileira é controlada pela direita "neoliberal".
No mesmo dia, notícias nacionais mostram a mesma face manipuladora na imprensa brasileira.
Aécio admite que usou o aeroporto que construiu com dinheiro público, como governador, na fazenda da sua família. A notícia é dada sem destaque.
O destaque do noticiário são os réus do "mensalão" -- mais uma vez, pela milésima vez, há dez anos.
Experimente inverter: foi um governador ou presidente petista quem construiu aeroporto para uso pessoal em fazenda da família -- como a imprensa trataria o fato?
Os réus do "mensalão" são tucanos -- como a imprensa trataria o caso? Há réus tucanos no "mensalão" mineiro e raramente sai uma notícia sobre o assunto...
Vamos um pouco além e pensemos que um helicóptero pertencente a um aliado e amigo íntimo da candidata a presidente petista é apreendido pela polícia com meia tonelada de cocaína. Há suspeita de que ele usou o tal aeroporto. Como a imprensa trataria do assunto? Ele teria sido esquecido ou estaria no noticiário diariamente há seis meses?
É neste mundo que estamos vivendo. A percepção que temos da realidade passa pelas informações que recebemos. E as informações são dadas pela mídia. E a mídia é controlada por alguns grupos reacionários, no Brasil e no mundo.
Da Agência Brasil.
Ban Ki-moon condena ataque à escola da ONU em Gaza
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, condenou hoje (30/7) o ataque de Israel a uma escola que servia de abrigo da ONU para refugiados em Gaza, que matou pelo menos 16 palestinos, inclusive crianças.
"Nada é mais vergonhoso que atacar crianças dormindo", Ban Ki-moon ao desembarcar na Costa Rica, para uma visita oficial, segundo informações da Agência de Notícias da ONU. "Foi um ataque condenável. É injustificável. E exige responsabilização e justiça", acrescentou.
De acordo com o chefe da ONU, a localização da escola foi comunicada por 17 vezes militares israelenses, inclusive na noite de ontem (29), horas antes do ataque.
A escola é gerenciada pela Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (Unrwa, na sigla em inglês). O chefe da agência, Pierre Krähenbühl, disse que o ataque ao abrigo foi "uma afronta" e motivo "de vergonha universal".