O Diário do Centro do Mundo é um dos melhores jornais de internet do país, comparável -- assim como GGN, do Luís Nassif, e outros -- ao que foi a grande imprensa nos anos 70 e 80, quando cumpria sua função de informar e não era um "partido de oposição".
Era inimaginável em 1989 que um candidato a presidente da República tentasse censurar o JB, o Estadão, a Folha e mesmo O Globo.
Mas é o que faz Aécio hoje.
Ao mesmo tempo em que conta com o apoio de Veja, Folha, Globo etc. para tentar recuperar sua candidatura que naufragou, criando o enésimo factoide dos últimos 12 anos, o candidato tucano investe contra a imprensa independente.
Segue a lógica que adotou em Minas desde sua eleição para governador em 2002: notícia só a favor. Quem mostra o que ele não quer é perseguido.
Os fatos que confirmam isso são muitos e conhecidos.
Não é um comportamento democrático. Podemos imaginar o que seria a liberdade de imprensa no Brasil caso Aécio se tornasse presidente.
Com a imprensa mineira a favor, ele ganhou "popularidade" e fama de bom "gestor".
A realidade, no entanto, é bem diferente, e esse ataque contra a imprensa independente de âmbito nacional e mundial revela uma característica fundamental do tucano.
Não há dúvida de que entre tantas questões brasileiras importantes, uma se impõe como a mais grave e que exige solução mais urgente: a democratização da comunicação.
Do DCM.
Carta Aberta a Aécio Neves
Por Paulo Nogueira
Caro Aécio: qual é seu conceito de liberdade de expressão?
Pergunto isso porque fui surpreendido com uma notificação judicial sua. Soube depois que outros 65 internautas tiveram a mesma surpresa desagradável.
O DCM é acusado de ser um robô ou, o que não melhora muito a situação, "um grupo de pessoas remuneradas para veicular conteúdos ilícitos na internet."
Primeiro, e antes de tudo, isto configura calúnia.
Somos, como bem sabem nossos 2,5 milhões de leitores únicos por mês, um site de notícias e análises independente e apartidário. O apartidarismo e a independência inexpugnáveis explicam por que crescemos mais de 40 vezes em 18 meses de existência.
Jornalismo, quando se mistura a militância partidária, deixa de ser jornalismo. Essa convicção está na raiz do jornalismo do DCM.
Nossa causa maior é um "Brasil escandinavo", como gosto de dizer e repetir. Um país em que ninguém seja melhor ou pior que ninguém em razão de sua conta bancária.
É certo que, dentro dessa visão do mundo, entendo que o senhor representa um brutal atraso.
O PSDB, no qual votei várias vezes, lamentavelmente deu nos últimos anos uma guinada profunda rumo à direita e se transformou numa nova UDN.
Hoje, o PSDB simboliza um Brasil abjetamente iníquo. Os privilegiados estão todos a seu lado nestas eleições, e não por acaso.
Caro candidato: nunca vi o senhor, ou algum outro líder tucano, se insurgir contra o mal maior do Brasil – a desigualdade.
Nossos problemas com o senhor residem apenas no campo das ideias.
Não fabricamos fatos, não inventamos coisas que o constranjam, porque não é este o tipo de jornalismo que praticamos.
Mais que isso: não fazemos acusações levianas e irresponsáveis como as que o senhor fez contra nós.
Se condenamos coisas como o aeroporto de Cláudio é porque entendemos que elas são a negação do "Brasil escandinavo" pelo qual tanto nos batemos.
A íntegra.