Esta eleição presidencial será uma eleição diferente, se as pesquisas se confirmarem.
Talvez ela não seja decidida pelo eleitor do PT, pelo indeciso ou pelo que quer mudança.
Talvez seja decidida pelo eleitor apartidário e conservador.
Aécio e o PSDB representam para uma parcela da população uma coisa que efetivamente não são, mas parecem ser, graças à máquina da imprensa atuando a seu favor há 12 anos.
Que coisa é essa? Uma ideia de seriedade, competência e honestidade, misturada com um sentimento de que são "mais parecidos conosco do que esse pessoal do PT".
Uma parcela da população conservadora, mas, digamos assim, do bem.
Aqueles dos quais se diz que o inferno está cheio: os bem-intencionados.
Que em 1964 saíram às ruas na marcha da família, mas nos anos seguintes se horrorizaram com o que a ditadura fez com seus filhos.
Entre Marina e Dilma, é possível que pelo menos uma parcela dos conservadores bem-intencionados prefira Dilma, como mal menor, como mal conhecido, diferente das incertezas representadas por Marina.
Porque o único significado de Marina, além de "tirar o PT do poder", é este: incerteza.
Não temos uma maioria de ambientalistas -- ainda.
Não temos uma maioria de evangélicos -- provavelmente nunca teremos.
Também não vivemos um momento de crise que exige mudança radical.
Que maioria é essa então capaz de eleger Marina?
Esta é a pergunta desta eleição.
A maioria formada pela desinformação da imprensa reacionária, que desde 1989 exercita o poder de eleger e derrubar presidentes?
Mas essa imprensa se voltou agora contra Marina, tentando ajudar Aécio -- inutilmente...
Que maioria seria capaz de eleger Marina? Ambientalistas mais evangélicos mais conservadores raivosos, que preferem ver o circo pegar fogo se junto morrerem queimados todos os petistas?
Difícil fazer essa conta, mesmo porque os evangélicos não votarão em bloco em Marina e tampouco os ambientalistas.
Marina me parece uma farsa, mas seu eleitorado é um enigma.
Do jornal GGN.
Cai diferença entre Dilma e Marina no 2º turno, aponta pesquisa
Jornal GGN - A nova pesquisa contratada pela CNT
(Confederação Nacional de Transporte) e divulgada nesta terça (9/9/14),
mostra que caiu a vantagem de Marina Silva (PSB) sobre Dilma Rousseff
(PT) na simulação de segundo turno. Já Aécio Neves (PSDB) caiu em todos
os cenários e tem rejeição superior a de Dilma.
De acordo com o levantamento do instituto MDA, hoje Marina venceria a
petista por 45,5% a 42,7% numa segunda rodada nas urnas. A diferença de
2,8 pontos percentuais é menor do que a distância registrada na última
sondagem, quando a ex-ministra sairia vitoriosa por 43,7% a 37,8%.
Segundo aponta a CNT/MDA, Dilma e Marina cresceram na intenção
espontânea de voto no primeiro turno. Em agosto, ela registrou 26,4% das
intenções de voto, e hoje tem 30,9%. Marina, por sua vez, saltou de
18,6% para 25,8%. Aécio caiu de 11,3% para 10,1%.
Na estimulada, Dilma também subiu. Foi de 34,2% das intenções de voto
para 38,1%. Marina foi de 28,2% para 33,5%. Aécio caiu de 16% para
14,7%. Dilma vence Aécio na simulação de segundo turno, por 45,7% a
33,7%.
A popularidade de Dilma cresceu com avaliação positiva do governo, passando de 33,1% para 37,5%.
A íntegra.