terça-feira, 9 de setembro de 2014

Histórias de Gaza

A vida segue mesmo -- ou será principalmente? -- depois do genocídio praticado por Israel, a nação criada pelos judeus, aquele povo perseguido e massacrado pelos nazistas e que agora persegue e massacra os palestinos, reproduzindo a roda-viva da miséria humana e da barbárie capitalista.

Da Inter Press Service, via Envolverde.  
A nova guerra na destruída Gaza é por moradia 
Por Khaled Alashqar, da IPS

Gaza, Palestina, 9/9/2014 – "Quando começou o bombardeio de Israel, reuni a família e fugimos para o que eu pensei que fosse um lugar seguro, uma escola, mas então ela ficou superlotada e com falta de saneamento, por isso acabamos na área do hospital", contou Islam Abu Sheira, refugiado oriundo de Beit Hanoun, cidade no extremo nordeste da Faixa de Gaza.
Islam falou à IPS em frente ao que é o "lar" improvisado de sua família no hospital Al Shifa, em Gaza, há dois meses. Seus olhos marejaram ao recordar sua casa destruída pela guerra que começou em 8 de julho e seus esforços para encontrar abrigo seguro para todos.
Com mais de 40 anos, Islam descreveu a odisseia que viveu sua família depois que os 50 dias de bombardeios israelenses os deixaram sem teto. Primeiro buscaram refúgio em uma escola dirigida pela Unrwa, a agência de ajuda e desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU) para os refugiados palestinos, mas a lotação e as más condições sanitárias os obrigaram a procurar outro local”.
"Não encontrei nenhum lugar seguro para nos abrigar a não ser no hospital Al Shifa. Junto com nossos sete filhos fugimos para o terreno do hospital e na primeira noite dormimos debaixo das árvores para escapar dos mísseis israelenses que estavam destruindo áreas inteiras, matando famílias inteiras. Durante a guerra só o que buscávamos era um lugar para nos proteger dos bombardeios", contou Islam.
Ele e sua família perderam seus pertences e também, no momento, suas possibilidades de viverem uma vida digna. A maioria dos refugiados na Faixa de Gaza tiveram de abandonar suas casas com tanta pressa que não tiveram tempo de pegar nada. "Simplesmente não temos como subsistir e meus filhos dormem todas as noites no chão. Nem mesmo temos cobertas para eles. Vivemos uma vida primitiva desde que fugimos de casa, nem mesmo pudemos pegar a roupa necessária", acrescentou Islam.
A íntegra.