quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Juíza manda DCM retirar do ar matérias sobre helicoca

Isso se chama censura.
O DCM sequer foi ouvido pela juíza.
Trata-se de uma das maiores apreensões de droga já feitas no país, envolvendo um senador e um deputado e ainda a Assembleia Legislativa mineira.
Um escândalo sob todos os aspectos, um caso capaz de revelar o submundo do tráfico.
E no entanto...
O cerco se fecha.
O delegado apressou-se em inocentar os donos do helicóptero.
Os presos foram soltos.
O helicóptero foi devolvido. 
A "grande" imprensa calou-se.
A imprensa alternativa não pode falar do assunto.
O que falta?
Mandar o Google bloquear qualquer busca do fato na internet, copiando o método de Stalin na extinta URSS, quando mandava apagar personagens em fotos e mudar textos de livros?
Ou proibir o DCM de informar o leitor da censura, como fazia a ditadura?
Joaquim Barbosa foi embora, mas fez escola.

Do DCM.
Justiça determina retirada de matérias do DCM sobre o caso do helicóptero dos Perrellas
por Kiko Nogueira

O DCM foi processado pelo hotel fazenda Parque D'Anape, no interior do estado de São Paulo.
Ele foi citado em três das nossas reportagens sobre o caso do helicóptero dos Perrellas, apreendido com 445 quilos de cocaína no Espírito Santo.
De acordo com uma liminar da juíza Mônica de Cassia Thomaz Perez Reis Lobo, somos obrigados a "suspender a publicidade [sic] das notícias veiculadas no site" sob pena de pagar mil reais de multa por dia.
Pela natureza desse tipo de decisão judicial, a análise é perfunctória, já que não fomos ouvidos e não tivemos oportunidade de apresentar defesa.
Os artigos são resultado do nosso projeto de crowdfunding, em que mergulhamos no caso do "Helicoca". São eles: "'Tenho Medo de Morrer': o piloto do helicóptero dos Perrellas fala ao DCM"; "O helicóptero dos Perrellas pousou em hotel de São Paulo"; e "O fracasso da guerra às drogas e o helicóptero dos Perrellas".
(Estamos, aliás, com uma nova iniciativa de crowdfunding no ar neste momento. É sobre o escândalo da sonegação da Globo. Os detalhes estão aqui na plataforma do Catarse).
Todas as matérias são alicerçadas em documentos que o jornalista Joaquim de Carvalho levantou em sua apuração em Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo. Não há nenhuma ilação, nenhuma invenção, nada assemelhado a calúnia ou difamação.
Só os fatos.
Joaquim teve o cuidado de ouvir a proprietária e o advogado do estabelecimento para que eles se manifestassem.
Mesmo determinando a retirada das reportagens, a juíza Mônica afirma que isso não significa "prejuizo do direito de livre expressão e crítica".
O DCM reafirma seu compromisso com o jornalismo independente e responsável. Em nome dele, vamos recorrer e buscar na Justiça os nossos direitos para manter você bem informado.
A íntegra.