terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A ganância da construção e a crise capitalista

Olha aí um geógrafo analisando esse absurdo do crescimento das cidades, movido pela ganância da indústria da construção civil. Estupidez sem fim. No caso da Grécia, envolve os Jogos Olímpicos: construções inúteis. Agora é a vez do Brasil. Harvey é um sujeito lúcido; diz: "Devemos pensar no que é que realmente necessitamos para ter uma boa vida. Muitas das coisas que pensamos do consumo são uma loucura, significam desperdiçar recursos naturais e humanos. Temos que pensar como fazemos no longo prazo para que 6,8 bilhões de pessoas possam viver, ter casa, saúde e alimento para que tenham uma vida razoável e feliz".

Da Agência Carta Maior.
'A crise capitalista também é de urbanização'
Enquanto alguns especialistas se esmeram em alegar que crise atual é uma crise das hipotecas subprime ou é o estouro de um capitalismo que se financeirizou demais, David Harvey prefere falar de "crises urbanas", provocadas por uma febre da construção "sem importar o quê". Autor de "Breve história do neoliberalismo", Harvey não só acusa a desregulação do setor financeiro como um dos fatores que levaram ao descalabro atual, mas adverte que a supremacia do capital concentrado sobre as decisões políticas seguirá sendo um impedimento para sair da crise. Em sua passagem por Buenos Aires, o geógrafo britânico conversou com o jornal Página/12 sobre as transformações do mercado imobiliário nas últimas décadas, a orientação que teve o investimento em infraestrutura e a consequente "acumulação por perda de posse". Frente a um modelo que não é sustentável, Harvey propõe pensar "um novo tipo de urbanização". Reproduzimos a seguir a entrevista concedida ao Página/12:
A íntegra.