quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A desastrosa administração Lacerda, vista por um ator belo-horizontino

"É necessário que o poder municipal se reposicione urgentemente no que diz respeito à sua interlocução com a sociedade civil como um todo, pois, nas mais diversas áreas, acompanhamos relatos de negligência e autoritarismo associados às ações da Prefeitura."

Do blog do Grupo Teatro Invertido.
"Todo artista tem de ir onde o povo está. Se é assim, assim será". Será?
Leonardo Lessa
A população da cidade de Belo Horizonte, berço de “Nos bailes da vida” – canção emblemática sobre o ofício do artista e sua relação com o público – sofre atualmente uma vergonhosa ameaça ao direito constitucional à liberdade de expressão artística e de ir e vir do cidadão. A Praça da Estação, mais importante espaço público da capital mineira, tem sido objeto de uma série de ações autoritárias da Prefeitura, que comprovam o total descaso do poder municipal não só com a vocação cultural e artística da cidade, mas também com o significado simbólico de suas atitudes. A manhã do último dia 11 de dezembro ficará marcada como ponto alto desta crise, mais por um acúmulo de “coincidências”, do que por alguma novidade no tratamento do assunto por parte da Prefeitura. Dezenas de manifestantes-banhistas da “Praia da Estação” preparados para o retorno desse movimento-festa encontraram a praça completamente cercada por tapumes e grades que impediam o acesso ao espaço público. Curiosamente, tal aparato fazia parte dos preparativos para a comemoração do 113º aniversário da cidade, a ser celebrado no dia seguinte em um show homenageando Milton Nascimento e encerrando a programação da Quinta Semana dos Direitos Humanos. Parece mentira, mas não é! Fazendo uso de seus direitos, os manifestantes transpuseram os limites impostos, adentraram o espaço e foram vítimas das mais diversas retaliações, vindas inicialmente dos seguranças particulares do evento, que se somaram à Polícia Militar e à Guarda Municipal. Ofensas e ameaças, acompanhadas pela ostentação gratuita de armas, que só cessaram com a chegada do vereador Arnaldo Godoy, que afastou as grades, abrindo passagem para que a praça fosse ocupada e a Praia da Estação pudesse acontecer.
A íntegra.