Toda vez que vejo um quilométrico trem atravessando Minas Gerais, este estado que acabou com os trens para passageiros, penso para onde estão indo aquelas toneladas de minério, que estragos elas deixaram para trás, quem está lucrando com isso – certamente não o povo mineiro, brasileiro. É a isso que o capital chama de "investimentos": cavar enormes buracos, destruir montanhas, derrubar matas, secar nascentes, assorear rios, expulsar moradores. O poder da mineração é tal que, mesmo que exista na superfície um bem precioso – uma Serra do Curral, por exemplo – ela tem prioridade. Um patrimônio natural pode ser completamente arruinado e uma comunidade liquidada pela atividade mineradora, com apoio do Estado, como acontece com a Serra da Moeda. No rastro da mineração vem a metalurgia.
PINGUE
Brasil terá US$ 64,8 bilhões em investimentos em mineração até 2015
Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Brasil terá US$ 64,8 bilhões em investimentos privados para a área de mineração entre 2011 e 2015. Dois terços dos investimentos serão de capital nacional. A informação é do presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Paulo Camillo Penna. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, os investimentos previstos em pesquisa mineral para expansão ou descoberta de jazidas, e em mineração e transformação mineral totalizam US$ 350 bilhões até 2030 – grande parte desses recursos virá da iniciativa privada. Os dados foram apresentados pouco antes do início da divulgação do Plano Nacional de Mineração 2030.
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PONGUE
Pesquisas feitas pela UFMG mostram contaminação do Rio São Francisco
Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Duas pesquisas desenvolvidas pelo Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) na Bacia do Rio São Francisco mostram como a natureza pode sofrer por anos a fio com impacto ambiental e como os riscos à saúde humana por causa da poluição podem persistir no tempo. Segundo as pesquisas, as águas do Rio São Francisco em Três Marias (a cerca de 250 quilômetros de Belo Horizonte) estão fortemente contaminadas por metais pesados (como zinco, cádmio e cromo), lançados pela metalúrgica da extinta Companhia Mineira de Metais (CMM) a partir de 1969, quando teve início a produção de zinco eletrolítico (usado para revestir peças de ferro e evitar ferrugem). Os metais pesados foram lançados por cerca de uma década no Córrego da Consciência, que alimenta o São Francisco. Somente no fim dos anos 70, a CMM construiu um dique isolando os resíduos da metalúrgica do leito do rio. De acordo com a geógrafa Elizêne Veloso Ribeiro, autora do estudo com as amostras de água, os metais pesados podem causar câncer e afetar o sistema nervoso e o sistema reprodutivo se forem acumulados no organismo.
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