A democratização da informação, possibilitada pela web, põe a nu opiniões pessoais, inclusive preconceituosas, até então escondidas no monopólio dos veículos pelo capital. Antes, as opiniões de indivíduos e profissionais jornalistas apareciam em conversas de bares, boatos, informações que circulavam sem fontes e até anedotas. Punição? Demissão? Quando elas são justas e quando são censura? Quando são cerceamento à liberdade de opinião (que sempre existiu antes, com a "opinião" do veículo – leia-se "do dono" do jornal, revista ou emissora – impondo-se sobre opiniões dos jornalistas)?
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Twitter: Funcionária é dispensada do STF e já são 6 demissões por posts no microblog
Apesar do pedido de José Sarney (PMDB-AP), o Supremo Tribunal Federal (STF) resolveu dispensar a funcionária terceirizada que questionou, no perfil oficial do órgão no Twitter, quando Sarney iria se aposentar. O presidente do Senado ocupa o cargo pela quarta vez. "Ouvi por aí: 'agora que o Ronaldo se aposentou, quando será que o Sarney vai resolver pendurar as chuteiras?'", dizia o post publicado na página oficial do Supremo, que já foi removido. O STF pediu desculpas pelo incidente, disse que a funcionaria usou o perfil indevidamente e informou que tomaria as medidas cabíveis ao caso. Com a repercussão, Sarney gravou um vídeo e postou em seu blog, em que se diz satisfeito com a mensagem, por ter sido comparado com o jogador Ronaldo. O presidente do Senado recebeu um telefonema do presidente do STF, Cezar Peluso, e pediu a ele que não punisse a funcionária. No entanto, o pedido de Sarney não foi atendido. Como a funcionária é terceirizada, ela não pode ser demitida, por isso o Supremo pediu a substituição da colaboradora, informa a Folha de S. Paulo. Os 140 caracteres podem ser ameaçadores. No ano passado, o diretor da Locaweb, Alex Glikas, foi demitido após ironizar o São Paulo Futebol Clube, time patrocinado pela empresa em que trabalhava. No mesmo ano, o Grupo Abril demitiu o editor da revista National Geographic, Felipe Milanez, depois que o jornalista criticou uma matéria da revista Veja, em seu perfil no Twitter.
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