Sabemos bem disso: foram as empresas que sustentaram o golpe de 1964 e apoiaram a ditadura militar até 1985, em troca de bons negócios e do cancelamento de direitos sociais. No caso do Egito, é uma aula de como funciona o capitalismo: o governo dos EUA empresta dinheiro à ditadura Mubarak para que compre armas de empresas americanas. Esse tipo de despesa, que o Estado americano faz, entra na conta dos gastos militares e é vendido como "defesa da democracia" no planeta. Os EUA fazem dívida, mas a conta é paga pelo mundo inteiro, e as grandes corporações têm lucros, sempre. E as corporações financiam as campanhas dos políticos, fechando o círculo. O capitalismo não sobrevive sem a indústria da guerra.
Da Agência Carta Maior.
Quando as empresas preferem os ditadores à democracia
Amy Goodman, do Democracy Now!
As pessoas nas ruas exigem democracia e autodeterminação. Sharif viajou para o Egito à noite, em um terreno incerto. As odiadas forças de segurança do Ministério do Interior e a polícia de camisas negras leais ao presidente Hosni Mubarak estavam reprimindo e matando gente, prendendo jornalistas, quebrando e confiscando câmaras. No sábado pela manhã, Sharif se dirigiu à praça Tahrir. Apesar do bloqueio da internet e das mensagens de texto, Sharif, talentoso jornalista e gênio da tecnologia, achou rapidamente uma maneira de publicar mensagens no twitter desde a praça Tahrir: "Que cena assombrosa: estão passando três tanques carregados de gente que grita 'Fora Hosni Mubarak!'". O Egito foi o segundo grande receptor de ajuda externa dos Estados Unidos durante décadas, depois de Israel (sem contar os fundos gastos nas guerras e ocupações do Iraque e Afeganistão). O regime de Mubarak recebeu cerca de 2 bilhões de dólares ao ano desde que assumiu o poder, em sua imensa maioria para as forças armadas. Onde foi parar esse dinheiro? Em geral, foi para empresas estadunidenses.
A íntegra.