É uma sorte que o pré-sal tenha sido descoberto no governo Lula-Dilma. Podemos imaginar o que seria a exploração dessas jazidas num governo, digamos, Lacerda. Ou Aécio ou Serra ou FHC. O assunto envolve várias questões, e a mais importante delas é a possibilidade de desastres ambientais de consequências imprevisíveis. O que aconteceu no Golfo do México foi um doloroso alerta. Há também a persistência no modelo falido de transporte por automóveis. E ainda a transformação da Petrobrás numa das maiores empresas do mundo (a maior?), o que mexe com a economia, com a política, com as relações de forças entre nações.
Petrobras afeta geopolítica, e 'doença holandesa' é risco, diz Gabrielli
O avanço da produção de petróleo pré-sal na década vai transformar a maior empresa brasileira na maior do planeta e fazer da Petrobras um dos principais atores de uma nova geopolítica mundial. Mas suas exportações podem inundar o país de dólares e prejudicar a indústria, e o governo ainda não tomou as providências necessárias. "Estou preocupado com a velocidade de investimentos na cadeia produtiva", diz o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, em entrevista exclusiva à Carta Maior.
A íntegra.