domingo, 7 de abril de 2013

A medicina a serviço da tortura

A medicina contemporânea está ligada a interesses econômicos da indústria de doença e não aos interesses da saúde. E ainda serve os governantes de plantão. E não se trata das ditaduras militares nem do nazismo, mas dos governos "democráticos" dos EUA.

Da Rede Brasil Atual.
Entrevista: Medicina continua a serviço dos crimes de tortura em todo o mundo 
Por conhecer a fisiologia da dor, o médico pode sofisticar os métodos, explorar fraquezas e fobias, 'ressuscitar' a vítima, mantê-la viva para o prosseguimento do interrogatório e falsificar um atestado de óbito
Por Cida de Oliveira
São Paulo – Apesar de mudanças na lei em diversos países, criação de códigos de ética e avanços no campo dos direitos humanos e do Direito Internacional, os crimes de tortura não só continuam a ser praticados como método de obtenção de informação com uso da força como ainda contam com o respaldo da Medicina – um elemento indispensável no aprimoramento da prática. A constatação é da advogada Virginia Novaes Procópio de Araujo, que durante dois anos pesquisou o ato médico no crime de tortura para sua dissertação de mestrado pela Faculdade de Direito da USP.
"Durante a Segunda Guerra Mundial, o papel do médico era criar uma 'linha de produção da morte' que aparentasse algo científico. Hoje, podemos dizer que a maleficência médica 'evoluiu' no sentido de aprimorar a obtenção de informações com menores danos físicos e, portanto, menos evidências de tortura", disse a Virginia.
Segundo ela, procedimentos hoje classificados como meio de obtenção de informação de segurança nacional são, na verdade, atos de tortura mascarados, brechas legais encontradas para justificar o uso da força, com participação decisiva dos médicos. "Na atual guerra norte-americana contra o terrorismo, por exemplo, a Cruz Vermelha não teve acesso aos prisioneiros, o que evidencia desrespeito dos médicos ao Protocolo de Istambul, que obriga a documentação de abusos a que foram submetidos os prisioneiros do exército, e o pedido de ajuda internacional", disse. "Estes profissionais também violaram seu papel de médico de guerra, conforme expõe as Convenções de Genebra, que prevê auxílio de saúde para todos, inclusive inimigos."
A íntegra.