Existe um espaço vazio na esquerda brasileira, desde que o PT se tornou governo e guinou para o centro. No entanto, só aparecem candidatos ainda mais à direita. Marina tinha uma bandeira ambientalista a empunhar, bandeira que põe em xeque o capitalismo, porque o sistema é incapaz de conter a destruição do planeta. No entanto, na sua cegueira política, prefere disputar espaço na direita congestionada.
Do Diário do Centro do Mundo.
A autodestruição de Marina
Paulo Nogueira
Ao associar seu nome ao de figuras como Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa, ela dá adeus ao eleitorado progressista que poderia ver nela uma opção em 2014.
Marina está abatendo a si própria antes de sequer levantar vôo.
Dois passos recentes foram particularmente desastrosos para quem tem, ou tinha, a ambição de fisgar um eleitorado de esquerda e centro-esquerda insatisfeito com o PT.
O primeiro foi um vídeo, divulgado ontem, no qual ela associa seu nome ao de Gilmar Mendes, uma das figuras mais rejeitadas do país.
No vídeo, ela agradece a Gilmar por ter evitado dificuldades para a criação da Rede, o partido com o qual ela pretende disputar a presidência em 2014 – desde que sejam alcançadas as 555.000 assinaturas requeridas.
Bater palmas para Gilmar, amplamente detestado pelo eleitorado progressista, é um erro colossal. Associar-se a ele é o equivalente, em termos eleitorais, a associar-se a José Serra.
O segundo passo foi tão autodestrutivo quanto o primeiro. Marina marcou um encontro com Joaquim Barbosa, também ele um anátema para os progressistas.
A íntegra.