Jornalistas investigativos de todas as partes do mundo estão revelando quem tem dinheiro escondido em paraísos fiscais. Este não é o lado B do neoliberalismo, é o lado A: o objetivo de tudo que acontece na economia mundial é exclusivamente enriquecer esses 250 mil marajás mundiais.
Do Diário do Centro do Mundo.
Repórteres de todo o mundo se juntam para expor as contas secretas dos paraísos fiscais
Por Paulo Nogueira
Hoje é um dia glorioso para o jornalismo investigativo nacional.
Um trabalho coletivo de jornalistas investigativos começou a publicar, em escala mundial, 2,5 milhões de documentos vazados sobre contas em paraísos fiscais.
Na origem dos vazamentos está uma associação de repórteres baseada em Washington, o ICIJ, pelas iniciais em inglês: International Consortium of Investigative Journalism.
O ICJI é uma espécie de Wikileaks. A diferença é que o Wikileaks tem uma característica mais ativista, e o ICJI é mais jornalístico. Seus integrantes, 82 espalhados pelo mundo, são repórteres. O pessoal do Wikileaks, a começar por Assange, é ativista.
Os vazamentos, segundo o ICJI, alcançam 250.000 contas de pessoas físicas e jurídicas de 170 países.
As revelações estão sendo processadas.
Entre os jornais que firmaram parceria com o ICJI estão o Guardian, o Le Monde e o Washington Post. Pesquisei, e não consegui encontrar nenhum jornal brasileiro.
Mas, uma vez mais: é um assunto de enorme interesse público. Evasão de impostos é, numa palavra, corrupção.
Até o momento em que escrevo, 20 horas de Londres, não tinham sido divulgadas informações sobre casos brasileiros.Fatalmente isso ocorrerá. Mas muito provavelmente não vai ser na mídia tradicional que você saberá.
A íntegra.