O capitalismo contemporâneo vive de guerras e especulações financeiras. Atacar a indústria bélica e os bancos é pôr o sistema em risco. Por isso a crise se alastra.
Do saite Envolverde.
Os bancos não aprendem as lições da história
por Roberto Savio, fundador e presidente emérito da agência de notícias Inter Press Service (IPS).
Os dados do descalabro social que vivemos são a cada dia mais impactantes. Estão sem emprego, 25% dos jovens europeus. O número de pobres aumenta em vários países, primeiramente na Itália. Claro que ninguém chega aos extremos norte-americanos. O Escritório de Estatísticas acaba de publicar seu informe anual, que registra alta de 2,6 milhões de novos pobres, que agora somam 46,2 milhões: o número mais alto nos 52 anos de estatísticas desse instituto. Destes, 20,5 milhões estão em condição de extrema pobreza. E se o Partido Republicano vencer as eleições serão suprimidos os subsídios sociais, como os vales para alimentação, que fazem parte do pouco que restou. Não passa um dia sem que o aperta-afrouxa entre os financeiros e os Estados apresente notícias devastadoras. Agora se informa que o governo grego, para seguir cobrando uns subsídios inúteis, pois não solucionarão seus problemas, demitirá outros 30 mil servidores. É difícil entender como um país que está sofrendo uma contração importante em seus consumos poderá sair de uma espiral cruel, que causará déficits sociais graves, sem conseguir solucionar seu déficit fiscal. Apesar disso, os bancos não estão dispostos a eliminar nenhuma das práticas ruins que causaram a atual crise. Por todos os lados, os bancos lutam para deter qualquer reforma do sistema financeiro, já que indo mal os Estados intervirão para salvá-los. Segundo números oficiais, os lobbies norte-americanos gastaram US$ 200 milhões para impedir novas regulamentações.
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