Construção do hospital em área tombada foi uma retribuição do general Golbery pela cirurgia de descolamento de retina bem sucedida feita pelo dr. Hilton Rocha. Edifício foi vendido e novo dono quer ampliá-lo. Iphan defende sua demolição. Projeto de lei do prefeito Lacerda quer liberar construções sem limites em toda a cidade, inclusive a Serra do Curral, Pampulha e outras áreas protegidas. Tudo em nome da copa da máfi(f)a. Associações de moradores e movimentos sociais tentam barrá-lo. Vereadores concordam em liberar geral, mas não essas áreas, por isso não votam o projeto. Prefeito fez pequena mudança, mas vereadores consideram que é esperteza dele, que tudo continua do mesmo jeito.
Do Estado de Minas.
Iphan tem proposta até de demolição do Instituto Hilton Rocha
Valquiria Lopes e Leonardo Augusto
Representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) alertam para irregularidades na construção do Instituto Hilton Rocha, localizado no Bairro Mangabeiras, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. De acordo com o superintendente do órgão, Leonardo Barreto, o prédio foi erguido em uma área tombada pela União desde 1960 e posteriormente protegida por legislações estadual e municipal. Ex-diretor do Iphan, Cláudio Augusto Magalhães Alves vai além e faz críticas à construção da unidade de saúde. "A meu ver, aquele prédio deveria ser demolido, porque trata-se de uma intervenção em um patrimônio público protegido por lei, feito de forma irregular", diz. O ex-diretor conta que a polêmica em torno da construção do Hilton Rocha começou no final do regime militar, com o ministro chefe da Casa Civil (1974/1981) general Golbery Couto e Silva. O militar sofreu um deslocamento (sic) de retina em 1976 e foi operado pelo oftamologista Hilton Rocha, na época um dos principais especialistas do país na área. Conforme Alves, o médico revelou a Golbery o desejo de construir um hospital de olhos ao pé da Serra do Curral. Satisfeito com o resultado da cirurgia, o militar interveio junto ao então prefeito de Belo Horizonte, Luiz Verano, por meio do governador Bias Fortes, para que criasse legislação específica para atender o desejo de Hilton Rocha.
A íntegra.
Flexibilização de zoneamento em áreas protegidas sela discórdia entre vereadores e PBH
Amanda Almeida
O prefeito Marcio Lacerda (PSB) encaminhou nessa terça à Câmara Municipal de Belo Horizonte um substitutivo ao projeto de lei que flexibiliza autorizações de obras na capital para a Copa do Mundo 2014, mas a tentativa de acabar com a polêmica sobre a possibilidade de expansão de construções em áreas de proteção ambiental, como a do Instituto Hilton Rocha, na Serra do Curral, não convenceu os vereadores. Enquanto o Executivo alega que acabou com qualquer chance de flexibilização em locais protegidos, parlamentares dizem que o novo texto mantém a brecha. Sem acordo, vereadores afirmam que não votarão a proposta da PBH e estudam apresentar mais emendas. A proposta apresentada em maio ao Legislativo traz incentivos para empreendedores que queiram construir ou reformar hotéis, hospitais e centros culturais, sob argumento de melhorar a infraestrutura da capital para a Copa. Entre outros, o texto prevê aumento do coeficiente de aproveitamento para esses empreendimentos, o que significa permitir mais andares nas construções, e da taxa de ocupação, o que permite a expansão horizontal de construções. É o ponto da discórdia: o projeto original trazia a flexibilização também para as chamadas ZP1 – são zonas de proteção ambiental particulares, como a Serra do Curral – e não trazia expressa a proibição das brechas nas áreas de diretrizes especiais (ADE), como a Pampulha.
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