quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Edifício do hospital Hilton Rocha não deveria nem existir, muito menos ser ampliado

Construção do hospital em área tombada foi uma retribuição do general Golbery pela cirurgia de descolamento de retina bem sucedida feita pelo dr. Hilton Rocha. Edifício foi vendido e novo dono quer ampliá-lo. Iphan defende sua demolição. Projeto de lei do prefeito Lacerda quer liberar construções sem limites em toda a cidade, inclusive a Serra do Curral, Pampulha e outras áreas protegidas. Tudo em nome da copa da máfi(f)a. Associações de moradores e movimentos sociais tentam barrá-lo. Vereadores concordam em liberar geral, mas não essas áreas, por isso não votam o projeto. Prefeito fez pequena mudança, mas vereadores consideram que é esperteza dele, que tudo continua do mesmo jeito.

Do Estado de Minas.
Iphan tem proposta até de demolição do Instituto Hilton Rocha
Valquiria Lopes e Leonardo Augusto

Representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) alertam para irregularidades na construção do Instituto Hilton Rocha, localizado no Bairro Mangabeiras, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. De acordo com o superintendente do órgão, Leonardo Barreto, o prédio foi erguido em uma área tombada pela União desde 1960 e posteriormente protegida por legislações estadual e municipal. Ex-diretor do Iphan, Cláudio Augusto Magalhães Alves vai além e faz críticas à construção da unidade de saúde. "A meu ver, aquele prédio deveria ser demolido, porque trata-se de uma intervenção em um patrimônio público protegido por lei, feito de forma irregular", diz. O ex-diretor conta que a polêmica em torno da construção do Hilton Rocha começou no final do regime militar, com o ministro chefe da Casa Civil (1974/1981) general Golbery Couto e Silva. O militar sofreu um deslocamento (sic) de retina em 1976 e foi operado pelo oftamologista Hilton Rocha, na época um dos principais especialistas do país na área. Conforme Alves, o médico revelou a Golbery o desejo de construir um hospital de olhos ao pé da Serra do Curral. Satisfeito com o resultado da cirurgia, o militar interveio junto ao então prefeito de Belo Horizonte, Luiz Verano, por meio do governador Bias Fortes, para que criasse legislação específica para atender o desejo de Hilton Rocha.
A íntegra.

Flexibilização de zoneamento em áreas protegidas sela discórdia entre vereadores e PBH
Amanda Almeida
O prefeito Marcio Lacerda (PSB) encaminhou nessa terça à Câmara Municipal de Belo Horizonte um substitutivo ao projeto de lei que flexibiliza autorizações de obras na capital para a Copa do Mundo 2014, mas a tentativa de acabar com a polêmica sobre a possibilidade de expansão de construções em áreas de proteção ambiental, como a do Instituto Hilton Rocha, na Serra do Curral, não convenceu os vereadores. Enquanto o Executivo alega que acabou com qualquer chance de flexibilização em locais protegidos, parlamentares dizem que o novo texto mantém a brecha. Sem acordo, vereadores afirmam que não votarão a proposta da PBH e estudam apresentar mais emendas. A proposta apresentada em maio ao Legislativo traz incentivos para empreendedores que queiram construir ou reformar hotéis, hospitais e centros culturais, sob argumento de melhorar a infraestrutura da capital para a Copa. Entre outros, o texto prevê aumento do coeficiente de aproveitamento para esses empreendimentos, o que significa permitir mais andares nas construções, e da taxa de ocupação, o que permite a expansão horizontal de construções. É o ponto da discórdia: o projeto original trazia a flexibilização também para as chamadas ZP1 – são zonas de proteção ambiental particulares, como a Serra do Curral – e não trazia expressa a proibição das brechas nas áreas de diretrizes especiais (ADE), como a Pampulha.
A íntegra.