A Folha de S. Paulo não é um jornal independente nem imparcial, é um veículo de expressão política de setores de direita da sociedade, que faz oposição aos governos Lula e Dilma e apóia candidatos de direita a presidente, como apoiou Serra no ano passado, e que durante a ditadura militar emprestou seus carros para transporte clandestino de presos políticos. Um jornal que vislumbrou nos anos 70 a possibilidade de conquistar mercado apoiando a campanha Diretas já e abrindo espaço para vários setores sociais e diversificadas posições políticas se manifestarem nas suas páginas. Mas isso não durou muito: nos anos 90 o jornal já tinha voltado a ser um jornal de direita, como é até hoje. Este episódio deixa bem claro o que é a Folha: quando fala em liberdade de imprensa, está falando em liberdade de imprensa para ela, não se trata de um princípio que ela defenda, para qualquer jornal, para jornais que não defendem o capital, para jornais que têm pontos de vista divergentes dos seus, para jornais que a satirizem. A Folha censurou um blog, não compareceu à Câmara dos Deputados para esclarecer o assunto e enviou uma carta na qual mente. Um exemplo do "jornalismo" que a Folha faz. Quando a Folha gritar contra "cerseamento à liberdade de imprensa" e em favor da democracia, não devemos acreditar. A velha imprensa, da qual a Folha faz parte, quer controlar a nova imprensa verdadeiramente democrática que floresce na internet e que representa liberdade de expressão para toda a sociedade, não apenas para aqueles que têm capital para montar grandes empresas jornalísticas ou receberam favores políticos para explorar concessões de rádio e televisão.
Do Comunique-se.
Parlamentares afirmam que caso Folha x Falha é perigo para a democracia
Da Redação
Na tarde de quarta-feira (26), a Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados realizou uma audiência pública para debater a suspensão do blog Falha de S. Paulo, que satirizava o jornal Folha de São Paulo. A página foi tirada do ar por decisão da Justiça, a pedido do veículo impresso. Além de 15 parlamentares, jornalistas, entidades e os criadores do blog-sátira também estiveram no debate. A Folha se recusou a participar, alegando que a página online fazia uso ilegal da marca e apoiava o Partido dos Trabalhadores (PT). Para o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), que solicitou a audiência, a decisão da Justiça de tirar o blog do ar pode criar uma jurisprudência perigosa sobre liberdade de expressão. "Estão corretos os que entendem que esse episódio não é algo menor. Como essa é uma ação inédita no Brasil, a decisão da Justiça em favor da Folha de São Paulo criará uma jurisprudência de restrição à liberdade de expressão. Qualquer blog ou veículo alternativo que utilizar da sátira para criticar poderá ser processado e tirado do ar. No futuro, os próprios meios de comunicação serão julgados com base nesse entendimento", reclamou. Criador do blog, o jornalista Lino Bochini criticou a ausência da Folha, alegando que o jornal é incoerente. "A Folha mente, o nosso blog era sátira e era independente. A Folha é um jornal que cobra transparência, responsabilidade dos órgãos públicos – o que está correto – mas que foge do debate por meio de uma carta autoritária", afirmou.