Do México, onde está morando, a psicóloga e educadora brasileira Adriana Di Mambro compara as duas culturas e suas relações com as crianças.
Do blog do Clic!
É preciso promover a criança
Aqui no México é muito comum ver mães andando nas ruas, fazendo compras no supermercado, escolhendo filme na locadora com filhos pequenos. Estes sempre estão atrás de suas mães, prestando atenção nelas, enquanto elas fazem o que precisam. No Brasil é o contrario, as crianças estão na frente das suas mães, sendo cuidadas pelas mesmas, que não tiram os olhos da criança e fazem de tudo para que se sintam bem e sejam prontamente atendidas. A possibilidade de poder observar e analisar duas culturas distintas, me fez lembrar do excesso de cuidado e proteção que via, com freqüência, nos pais brasileiros. Com medo dos filhos caírem, não os deixavam correr, assim como os impediam de subir em árvores para que não se machucassem. Também presenciava, com freqüência, o sentimento de pena dos pais em relação ao sofrimento do filhos, quando se desentendiam com algum colega na escola, e tantas outras situações, nas quais o medo do sofrimento do filho fazia com que os pais impedissem-no de viver situações comuns da infância. Assim como, a pena que sentiam de ver os filhos se frustrarem, por algum motivo, os faziam suprir a criança com outros objetos e/ou situações que pudessem lhe proporcionar prazer imediato. Sempre gostei de perguntar a estes pais, quando havia oportunidade, sobre seus próprios medos. Você, pai e mãe, tem medo que seu filho seja incapaz de superar um sofrimento? Por que o choro da criança, ao se frustrar, o mobiliza tanto? Estas e outras perguntas podem ajudar o adulto a chegar em um lugar que, talvez, ainda não tenha visitado.
A íntegra.