terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A religião como negócio e política

Chefes de igrejas que funcionam como grandes negócios têm passaporte diplomático. É um absurdo, mas não espanta, porque é assim que funciona esta sociedade: quem tem poder econômico e político obtém vantagens do Estado. Já o povo, só tem importância na hora de votar. O Estado é laico, mas as religiões continuam tendo poderes sobre os governos, a diferença é que não é só a igreja católica.

Do Blog do Sakamoto.
Vou fundar a Igreja Global do Feudo do Sakamoto para ter passaporte diplomático 
Por Leonardo Sakamoto
Valdomiro Santiago de Oliveira e Franciléia de Castro Gomes, lideranças da Igreja Mundial do Poder de Deus, obtiveram passaporte diplomático como informa o Diário Oficial da União desta segunda (14/1/13). Eles se somam à renovação, em 2011, dos passaportes diplomáticos do fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, e de sua mulher, Ester Eunice Rangel Bezerra, e do líder da Igreja Internacional da Graça de Deus, R.R. Soares, e de sua mulher, Maria Magdalena Soares.
De acordo com um diplomata ouvido por este blog, o documento facilita a vida dos viajantes. Há países com os quais o Brasil tem acordo para isenção de visto a passaportes diplomáticos. Ou seja, torna desnecessário enfrentar as filas para conseguir autorizacão prévia de viagem como os restante de nós, que não possuímos interlocução direta com o divino. Em alguns aeroportos internacionais, há filas especiais para quem é portador do documento. Isso sem contar que as polícias lá fora tendem a ser mais brandas com quem carrega esse passaporte.
Mas por que receberam esse benefício se os bispos não são autoridades, diplomatas ou servidores públicos em missão especial fora do país? A explicação dada é de que o decreto número 5978/2006, que regulamenta a concessão desse tipo de passaporte, abre uma brecha para que outras pessoas possam portá-los em "função do interesse do país".
A íntegra.