Ao contrário do que parecia, o caso Pimentel não acabou. São duas investigações: pelo STF e pela Comissão da Ética Pública da Presidência da República. Na primeira, ele é acusado de ter favorecido empresa sem licitação e superfaturado compra milionária de câmaras de vigilância, quando prefeito de Belo Horizonte; na outra, de ter recebido R$ 2 milhões da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e da empreiteira Convap, além de outras empresas, por supostas consultorias. A melhor cobertura do caso é do jornal O Globo. O mineiro Robson Andrade, ex-presidente da Fiemg e atual presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), confirmou, com detalhes, as consultorias, mas foi desmentido por regionais da Fiemg. O comportamento de Pimentel, até agora protegido pela presidente Dilma, é de arrogância, como mostra matéria publicada em dezembro. A embrulhada ainda joga Aécio contra Pimentel: o tucano -- que, depois de conseguir a prefeitura da capital para seu ex-auxiliar Lacerda, em 2008, passou a perna no petista em 2010, apoiando Itamar, que tirou a vaga de Pimentel no Senado -- sugeriu que o "amigo" se explique.
Da Agência Estado.
STF decide que investigará somente Pimentel em denúncia do MP
Ricardo Brito.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) José Antonio Dias Toffoli decidiu que apenas o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, vai responder perante o tribunal à denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais contra ele por dispensa ilegal de licitação e "desvio de recursos em proveito alheio". Em dezembro de 2010, o MP mineiro acusou Pimentel e outras cinco pessoas por irregularidades em um programa de instalação de câmaras de vigilância nas ruas de Belo Horizonte. A compra ocorreu em 2004, quando Pimentel era prefeito da capital. Na segunda-feira à noite, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República abriu procedimento preliminar contra o ministro por causa das suspeitas de que ele teria praticado tráfico de influência ao ter recebido R$ 2 milhões em consultorias em 2009 e 2010, período em que estava fora da prefeitura e do governo federal. O colegiado decidirá em março se abrirá uma investigação contra Pimentel ou se arquivará o caso.
A íntegra.